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segunda-feira, 14 de julho de 2014

O PROFISSIONAL DE MUSEOLOGIA

 

O PROFISSIONAL DE MUSEOLOGIA: EM BREVES PALAVRAS

 

 

Rogerio Carlos Petrini de Almeida*

 

 

RESUMO

 

 O que é a profissão de museólogo é a temática deste texto, construído sob a ótica de uma possível entrevista a respeito do exercício do profissional desta área seu envolvimento e atuação neste campo. Um diálogo, com base fundamentada na legislação e código de ética voltado ao exercício desta disciplina. Conclui o quanto é importante o desempenho correto deste profissional, na sua atuação e na responsabilidade que assume na gestão de um museu ou instituição análoga.

Palavras-chaves: Museólogo. Profissão de museólogo.

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

         O museólogo por vezes se depara com a situação de esclarecer sua profissão e suas responsabilidades decorrentes do exercício de sua própria profissão, e para isto tem a disposição uma legislação orientadora, especialmente, a Lei n. 7.287, de dezembro de 1984, que dispõe sobre a profissão de museólogo, o Código de Ética do ICOM para Museus, que afirma as práticas éticas a serem adotadas em todos os museus do mundo e o Código de Ética Profissional do Museólogo – COFEM BRASIL, promulgado em 1992, que direciona aos procedimentos adequados para desempenho da profissão.

            Com base na legislação se discorre um breve diálogo deste profissional; o campo de sua atuação e seu compromisso enquanto museólogo.

 

2  RESPOSTAS SOBRE O PROFISSIONAL MUSEÓLOGO

 

 Respondendo ao questionamento sobre a titulação de museólogo e sobre suas atribuições e campo de atuação.

- As denominações dadas ao profissional que desempenha a atividade junto aos espaços culturais denominados de museus são diversificadas no âmbito mundial, em alguns países, como por exemplo, a França, são intitulados como conservadores ou museólogos, para países que utilizam o modelo inglês para museologia,são nominados: de curador, curador de museu e museologista. Também se encontra disseminado em documentos do Conselho Internacional de Museus (ICOM), o termo: profissional de museu. No Brasil, é considerado Museólogo, aquele profissional, que se acha com sua inscrição regular junto ao Conselho Regional de Museologia (COREM), e como bacharel em museologia o que completa o curso de nível superior. Antes da década de 70 do século XX, os profissionais dessa área eram conhecidos como conservadores de museu ou museologistas.

 As atribuições da profissão de museólogo têm suas regras de procedimentos na Lei 7.287/84, regulamentada pelo Decreto n. 91.775 de 15.10.1985. O art. 2, da Lei, esclarece que compete ao diplomado em bacharelado e licenciatura plena, formados em cursos reconhecidos, ter o desempenho da profissão, podendo atuar junto a instituições governamentais da administração direta e indireta; em órgãos particulares com finalidade idêntica; prestar serviços de consultoria e assessoramento na área de museologia. O art. 3 da referida Lei, ainda prescreve diversas atribuições ao profissional de museologia como: planejar, organizar, administrar, dirigir e supervisionar os museus, planejar e executar serviços de identificação classificação de bens culturais, promover estudos e pesquisas, dirigir, chefiar e administrar os setores técnicos de instituições museológicas, solicitar tombamento, coletar, conservar preservar e divulgar o acervo museológico. O que se arrola são algumas das atividades sobre o abrigo do museólogo que neste contexto, deixa clara a importância deste profissional dentro da sua representatividade na sociedade.

Respondendo sobre as responsabilidades do museólogo:

- Os museólogos por sua formação acadêmica regulamentada pelo Decreto 91.775/85, tem sob sua responsabilidade a boa condução dos serviços e atividades inerentes à profissão: ensinar museologia nos seus diversos conteúdos torna-se uma bandeira a ser carregada, pois uma das missões da instituição museu é a disseminação do conhecimento, e ser um espaço para pesquisa e de preservação do bem cultural. Além da gestão do museu como um todo, deve se preocupar com a comunidade interagindo e ampliando relacionamento, buscando intermediar o objeto cultural, fazendo o público se apropriar da informação e significar a importância do museu. Cabe ao museólogo o atendimento do plano museológico, e as políticas e normas instituídas, que devem fazer parte de seu cotidiano e ter procedimentos e compromissos concretizados pelos códigos de ética do ICOM e COFEM Brasil.

Respondendo sobre os compromissos e desafios da profissão:

- Um dos principais compromissos do museólogo é com a conduta profissional, com a lealdade aos colegas e a instituição que mantém vínculo, seja como empregado ou como consultor ou prestador de serviço de qualquer natureza, com os quais deve manter os fundamentos éticos de sua profissão. Deve atender aos compromissos de cooperação com a comunidade de onde provém seu acervo. Ter a responsabilidade da verificação da legitimação do bem cultural e da relação destes bens com a sociedade e com sua permanência no museu, possibilitando dessa forma que o museu funcione em prol de seu público e da memória que representa.

 Os compromissos do museólogo são muitos e sua correta atuação nasce já com situação regular junto aos órgãos de classe, combatendo o exercício dos que praticam a profissão de modo irregular ou irresponsável. Na questão de legislação deve, outrossim, manter os procedimentos dentro das normas legais para que o museu atue plenamente e possibilitar que seja beneficiado por apoio a incentivo a cultura.

 Os desafios que enfrenta o profissional de museu no exercício de sua função cerceiam nos conflitos de interesses, pois o profissional deve ater-se e não se aproximar de interesses pessoais, afastar-se de favores, do comércio de bens patrimoniais ligados a sua área, abster-se do recebimento de presentes em função do desempenho de sua atividade.

O trabalho do museólogo nem sempre é bem compreendido, e por vezes enfrenta o desafio de esclarecer, que parte de seu trabalho é a pesquisa, a identificação do bem cultural, somando o compromisso de confidencialidade sobre as informações do objeto e seu proprietário até sua autorização para exposição.

Contrapor-se ao tráfico de obras pode ser mais um compromisso assumido ou um desafio a ser abraço pelo museólogo, mas as situações não param por aí, face aos museus estarem em evolução e em transformação para se integrarem as novas necessidades.

 

3 COMENTÁRIOS FINAIS

 

Os profissionais museólogos ao longo de sua carreira podem se deparar com inúmeras situações adversas, mas tem a seu alcance o amparo de uma legislação, um conjunto de normas e princípios éticos que o balizaram para uma conduta correta.

Os desafios a serem enfrentados fazem parte dessa profissão, onde o mundo dos museus se encontra em evolução e transformação, seja por novas tecnologias e mídias. São desafios enfrentados com a finalidade de melhor atender e satisfazer seu público e proporcionar um desempenho eficiente e eficaz em suas atividades.

O museólogo profissional capacitado é um gestor do bem patrimonial e um mediador de importância entre a instituição museu e a sociedade que se faz representada.

 

ABSTRACT

 

What is the profession of museologist is the theme of this text, built from the perspective of a possible interview regarding the exercise of professional involvement in this area and activity in this field. A dialogue with based on legislation and ethics focused on the exercise of this discipline base. Concludes how important the correct performance of this professional in its operations and assumes responsibility in managing a museum or similar institution is.

 

Keywords: Museologist. Museologist profession.

 

 

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei n.7.287 de Dezembro de 1984. Dispõe sobre a Regulamentação da Profissão de Museólogo. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7287.htm>. Acesso em: 20 jun. 2014.

COFEM/BRASIL. Código de ética profissional do museólogo. Disponível em: <http://cofem.org.br/?page_id=22#codetica>. Acesso em: 20 jun. 2014.

 

ICOM. Código de ética para os museus. Disponível em: <https://www.google.com.br/?gws_rd=ssl#q=c%C3%B3digo+de+%C3%A9tica+do+icom+para+os+museus>. Acesso em: 20 de jun. 2014.

 



* Bel. Biblioteconomia, aluno do Curso de Museologia– FABICO / UFRGS. Trabalho realizado como pré-requisito para avaliação da disciplina Iniciação à Museologia (BIB03207), ministrada pela Professora Ana Carolina Gelmini. Porto Alegre, junho de 2014. E-mail: rogério_petrini@hotmail.com.

 

MUSEU INTEGRAL

 

 

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO

CURSO DE MUSEOLOGIA

 

 

Rogerio Carlos Petrini de Almeida

 

 

 

 

MUSEUS ENQUANTO MUSEU INTEGRAL: REFLEXÃO COM BASE NA DECLARAÇÃO DA MESA REDONDA DE SANTIAGO DO CHILE EM 1972

 

 

 

 

 

 

 

Porto Alegre

2014

 

Rogério Carlos Petrini de Almeida

 

 

 

 

 

MUSEUS ENQUANTO MUSEU INTEGRAL: REFLEXÃO COM BASE NA DECLARAÇÃO DA MESA REDONDA DE SANTIAGO DO CHILE EM 1972

 

 

 

Trabalho acadêmico apresentado como requisito parcial para aprovação na Disciplina BIB03207, Iniciação a Museologia, ministrada pela Prof. Me. Ana Carolina Gelmini de Faria, da Faculdade de Museologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

 

 

 

 

 

 

Porto Alegre

2014

RESUMO

 

Os museus tradicionais do culto ao objeto das relações fechadas ao espaço físico tem uma ampliação para novas perspectivas da geração de museus em espaços abertos ocupados por território, formando ecomuseus, museus comunitários e museus virtuais com premissas de melhor alcançar o seu público de atender as necessidades em disseminar saberes. São transformações provocadas pelos princípios de museu integral. Em texto fundamentado por pesquisa bibliográfica, reúne conceitos e a topologia de museu e assume um estudo de caráter não exaustivo. Comenta finalmente, a influência promissora deixada pelo conceito de museu integral na mudança de concepção dos museus, dentro de uma filosofia voltada à ação e comunicação em conjunto com a comunidade e seu público, permitindo um comportamento de museus mais voltados ao meio social, ao ambiente natural, comunitário, interativos, inovador-futurista sem deixar de lado ao ideal da preservação do patrimônio material e imaterial e a promoção da pesquisa e do conhecimento.

Palavras-chave: Museu Integral. Declaração de Santiago do Chile.

 

 

 

ABSTRACT

 

Traditional museums cult object to the closed physical space has a magnification relations for generating new perspectives museums in the territory occupied by open spaces, forming eco-museums, community museums and virtual museums with assumptions better reach your audience to meet the needs to disseminate knowledge. Changes are caused by the principles of full museum. In substantiated by literature text, brings together concepts and topology assumes museum and a study of non-exhaustive Finally said, promising to influence left by the concept of comprehensive museum in changing the design of museums, within a philosophy focused action and communication with the community and their audiences, enabling behavior museums more geared to the social environment, the environment natural, community, interactive, innovative futuristic without abandoning the ideal of preserving the tangible and intangible heritage and the promotion of research and knowledge.

Keywords: Integral Museum. Declaration of Santiago de Chile.

 

 

 

SUMÁRIO

 

 

1

INTRODUÇÃO...............................................................................................

6

2

 

MUSEU INTEGRAL: SINOPSE DA MESA-REDONDA DE SANTIAGO DO CHILE........................................................................................................

7

3

MUSEU INTEGRAL – MUSEU INTEGRADO: CONCEITUAÇÕES E EXEMPLIFICAÇÃO.......................................................................................

9

4

MUSEUS E SUA TIPOLOGIA....................................................................

14

5

CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................

20

REFERÊNCIAS...............................................................................................................

21

 

 

 

 

 

 

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

O museu como instituição, aberta ao público, é considerado como um fenômeno social, dinâmico, com característica de preservar, difundir, expor o seu acervo, constituído de patrimônio cultural. O museu, na sua amplitude, se apresenta nas mais diversas formas perante seu público, aparecendo com a tipologia de museus tradicionais: clássicos, ortodoxos, interativos; de território: ecomuseus, museus comunitários; virtuais: ocupando espaços digitais, como na internet.

O museu integral como uma entidade conceitual, abriu horizontes para provocar a mudança sobre a ideologia dos museus concentrados no objeto, na coleção, na necessidade de espaço físico limitado, e na sua exposição museográfica, cria dessa forma uma porta para a aproximação e o dialogo com a comunidade.

O presente texto construído com o uso da metodologia de pesquisa bibliográfica explora com simplicidade o conceito de museu integral a partir dos estabelecimentos de seus princípios na Mesa-Redonda de Santiago, objetivando o conhecimento evolutivo do conceito aplicado a museu integral e sua contribuição no cenário dos museus.

O trabalho realizado não é exaustivo, anota alguns conceitos e definições de museu e de sua tipologia, numa classificação básica com esclarecimentos simples, mas com a finalidade de conhecer sua essência e despertar seu entendimento na compreensão das possibilidades e possíveis influências que o modelo conceitual de museu integral exerceu ou exerce sobre as atividades dos museus na contemporaneidade.

 

 

2 MUSEU INTEGRAL: SINOPSE DA MESA-REDONDA DE SANTIAGO DO CHILE.

 

A Mesa-Redonda de Santiago de 1972, reunião interdisciplinar por iniciativa da UNESCO, para discussão sobre os papeis dos museus na América Latina, com o tema central “museu integral” como um conceito daquela entidade que “participa ativamente da vida nacional e recria os contextos dos objetos que expõe.” (1[1]. p.165), o museu interdisciplinar por excelência que se associa a outro novo conceito o “ecomuseu”.

Grete Mostny Glaser menciona que a Mesa-Redonda de Santiago do Chile permitiu que tivessem “uma visão clara e precisa do museu na perspectiva do mundo que o rodeia” (1. p.165) além de relatar:

[…] que os museus na América Latina não são adaptados para os problemas suscitados pelo desenvolvimento da região e deveriam se esforçar para cumprir sua missão social, que é permitir ao homem identificar-se com seu ambiente natural e humano em todos os seus aspectos. O museu está preocupado não apenas com a herança do passado, mas também com o desenvolvimento (GLASER, 1. p.164).

 

O tema central da Mesa-Redonda de Santiago do Chile era a investigação: se os museus latinos americanos como instituições educacionais, culturais e científicas, estavam adaptados aos problemas impostos pelo desenvolvimento da cultura social e econômica da América Latina. Constataram que os museus não estavam adaptados às estas realidades. Foi invocado um novo conceito de museu revolucionário, o museu integral, que se afasta do conceito tradicional de museus de disseminar cultura, para assumir um papel no desenvolvimento cultural.

A Mesa-Redonda de Santiago do Chile delineia os princípios de bases do museu integral, analisando os discursos sobre o meio rural e meio urbano, sobre o desenvolvimento científico e educação permanente, considerando que os museus devam participar na educação das comunidades.

 

Resolvem adotar as seguintes medidas:

a) por uma mutação do museu da América latina: abrindo o museu a conhecimentos multidisciplinar com caráter de consultoria conscientizadora de desenvolvimentos tecnológicos; esforços na recuperação do patrimônio cultural, evitando dispersões; dispor de coleções mais acessíveis a pesquisadores; modernização das técnicas museográficas, melhor relacionamento objeto e visitante; mecanismo de controle de eficácia; e a reciclagem de pessoal (1).

b) em relação ao meio rural devem conscientizar com: exposição de tecnologias aplicáveis ao aperfeiçoamento da vida da comunidade; exposições culturais propondo soluções diversas ao problema do meio social e tecnológico, a fim de proporcionar ao público uma consciência mais aguda sobre estes problemas, e reforçar as relações nacionais (1).

c) em relação ao meio urbano devem conscientizar: o desenvolvimento urbano e seus problemas mediante exposição e trabalhos de pesquisa; criar exposições e museus em bairros e zonas rurais, para ilustrar os problemas urbanos as vantagens e desvantagens da vida nos grandes centros; experimentar técnicas museológicas do museu integral;

d) em relação ao desenvolvimento científico e técnico: estimular o desenvolvimento científico e tecnológico; difusão do conhecimento, do progresso tecnológico, por meio de exposições, exposições itinerantes, promovendo a descentralização de suas ações;

e) em relação à educação permanente deve estar condicionado: Serviço educativo, função de ensino dentro e fora de suas instalações; ser integrado a política de ensino para garantir sua regularidade no campo de ensino; ser difundido nas escolas e meio rural; material educativo descentralizado; formar educadores (1)

O que se atesta nas considerações e resoluções tomadas na reunião da Mesa-Redonda de Santiago do Chile são delineações consistentes para a construção do conceito de museu integral. Museu que se destina a oferecer à comunidade uma visão de conjunto de seu meio material e cultural.

 

 

 

3 MUSEU INTEGRAL – MUSEU INTEGRADO: CONCEITUAÇÕES E EXEMPLIFICAÇÃO

 

O museu integral na visão de Scheiner (2012, p.11):

 

[...] se fundamenta não apenas na musealização de todo o conjunto patrimonial de um dado território, ou na ênfase no trabalho comunitário, mas na capacidade intrínseca que possui qualquer museu de estabelecer relações com o espaço, o tempo e a memória – e de atuar diretamente junto a determinados grupos sociais.

 

Para Scheiner (2012, p.11), “o sentido de museu está na sua própria existência” e o museu integral tem a proposta e as práticas museológica voltada à comunidade conforme disposições da Mesa-Redonda de Santiago de 1972.

Insere-se neste contexto o Museu Comunitário da Lomba Pinheiro, criado em 2006, fica localizado em Porto Alegre-RS, no bairro com a mesma denominação do Museu, o que já demonstrando sua afinidade e relação com a comunidade. O atuar junto a grupos sociais a promover o desenvolvimento cultural do espaço geográfico, é também, características do conceito de museu integral, e o Museu Comunitário da Lomba do Pinheiro tem uma grande atuação e participação nas atividades culturais e educativas junto a escolas de sua localidade. Promove oficinas culturais, de reflexão da comunidade, dentro e fora de seu espaço; tem parceira com UFRGS e desenvolve projetos como História Oral, turismo no bairro, museus de rua. Tem a tipologia de museu comunitário, possui acervo doado pela Família Remião, conta com uma biblioteca que serve a comunidade, mas é um museu que carrega consigo características de museu integral.

Observa-se que o conceito de museu integral não ficou inerte após as decisões da Mesa-Redonda de Santiago, e reproduzimos os resumos dos encontros realizados pelo Subcomitê Regional para Museologia da América Latina e Caribe (ICOFOM – LAM), entre 1992/2002, com a finalidade de examinar a evolução e aspectos inerentes sobre a conceitualização de museu integral.

Resumos:

1992 Encuentro del ICOFOM LAM.

• El museo es un fenómeno social dinámico que se presenta en distintas formas, de acuerdo con las características necesidades de la sociedad en que se encuentra.

• El medio ambiente debe ser considerado de manera integral

1993- II Encuentro Regional del ICOFOM LAM.

• La Museologìa es una disciplina científica.

• Los conceptos presentados en los documentos publicados por el Comité internacional de Museologìa – ICOFOM (…) constituyen la base teórica fundamental para el desarrollo de la Museologìa como disciplina científica.

• (se recomienda al ICOM Y AL ICOFOM) estimular la unificación conceptual de la Museologìa; promover la producción y difusión de los textos de museología de carácter teórico;

• (Se recomienda a los museos) desarrollar acciones que tiendan a fortalecer el conocimiento y la comprensión del carácter multicultural y pluriétnico de los países de la región, elaborar programas especialmente diseñados en los cuales los habitantes de América latina ay el Caribe se reconoce en un proceso de autentica integración cultural.

1997- IV Encuentro Regional del ICOFOM- LAM.

• El museo se presenta como la instancia ideal para contribuir a la preservación, interpretación, valorización y difusión del patrimonio integral.

• Se considera como objeto/documento todo material de la realidad Tangible o intangible que pueda ser objetivado:

• (se recomienda) que se amplié el máximo de concepto de musealidad, para que incluye todos los aspectos constitutivos del patrimonio integral.

• ( se recomienda) que se dé valor al real imaginario ( Imaginación) como superación de los abordajes que sistemáticamente incluye los factores intuitivos, activos y Vitales en el tratamiento del objeto/documento.

1998 VII Encuentro Regional del ICOFOM LAM.

• Es imprescindible e impostergable revisar el lenguaje museológico, establecido pautas comunes de comunicación que respeten e incluyan la diversidad cultural a través de un dialogo participativo.

• ( Se recomienda) promover la actualización de los contenidos basados en el desarrollo de las perspectivas multiculturales, así como de clases étnicas, género y de las minorías sociales:

• (Se recomida) que los museos refuercen sus potencialidad como espacios de reconexión de sentido, vivencia, afectividad y emociones para el encuentro con la diversidad creativa;

• (Se recomienda) que los museos apoyen el desarrollo sustentable de las comunidades donde se insertan.

 

2000-IX Encuentro Regional de ICOFOM LAM.

• Apelamos para que lo Real sea definido como totalidad.

• La problemática ambiental es un objeto de conocimiento complejo que necesita no solo la concurrencia de los saberes académicos sino también la de los saberes populares:

• (consideramos necesario) Valorizar la diversidad cultural de América Latina, como fuentes de recursos creativos para dominar la dominación.

2002 Encuentro Regional del ICOFOM LAM.

• Es prioridad para los museos de América latina el permanente desafió de dar respuesta a los problemas sociales y educacionales de la región

• Es necesario profundizar prioritariamente la problemática terminològica y su relación com la informática a fin de definir lo que es virtual y lo que es Digital, en el sentido de comprender lo que representa las nuevas concepciones, herramientas y estrategias de trabajo.

2003 XII Encuentro Regional del ICOFOM LAM.

• El patrimonio está relacionado con el proceso, permanente de resignificación cultural individual y colectiva.

• El discurso museológico es una poderosa forma de interpretación de lo real.

• Los museos deben poner a disposición de las diferentes clases y/o grupos sácielas, los conocimientos de las colecciones de manera inteligible, respetando sus respectivos códigos culturales.

• (Recomendamos) Motivar a los gobiernos de los Estados para que establezca leyes que reglamenten la preservación y presentación de los bienes patrominiales en su lugar de origen.

Verifica-se pelos resumos dos encontros promovidos pelo ICOFOM LAM, que o museu é considerado como um fenômeno social e deve ser levado em conta de maneira integral, e nestes encontros é forte a recomendação para que os museus efetuem a difusão do conhecimento e interajam com a comunidade respeitando a diversidade cultural relacionado-se dessa forma com o sujeito, memória e lugar.

A Declaração de Caracas de 1992 reporta-se a Mesa-Redonda de Santiago, inferindo museu integral como destinado a “situar o público dentro do seu mundo, para que tome consciência de sua problemática como homem-indivíduo e homem-social”[2]. Que não pode existir um museu integral, ou integrado na comunidade se o discurso museológico não utilizar uma linguagem aberta, democrática e participativa.

Ainda, o encontro manifesta que a função museológica

[…] é, fundamentalmente, um processo de comunicação que explica e orienta as atividades específicas do Museu, tais como a coleção, conservação e exibição do patrimônio cultural e natural. Isto significa que os museus não são somente fontes de informação ou instrumentos de educação, mas espaços e meios de comunicação que servem ao estabelecimento da interação da comunidade com o processo e com os produtos culturais.[3]

 

A Declaração de Caracas participa uma evolução do conceito do museu integral, aqui também, comparado a integrado, saindo do direcionamento de museu de ação junto a sociedade para um museu de comunicação e interação junto a sociedade.

Mensch (1992, p.3) comenta a renovação dos objetivos dos museus “mais voltados para o desenvolvimento comunitário” com vistas na Mesa-redonda de Santiago, detentora de um enfoque voltado ao desenvolvimento e o papel dos museus, destacando-se o conceito de museu “integrado”, alterando ao termo de “integral”, empregado na Mesa-redonda, para “integrado”. Quanto ao museu integrado o descreve da seguinte maneira:

 

Num museu integrado, as funções de preservação, investigação e comunicação devem estar inter-relacionadas (integração interna) e ainda com o meio ambiente natural e cultural (integração externa). Integração significa, pois o somatório de interdisciplinaridade e socialização (MENSCH, 1992, p.3).

 

Varines (1996, p.7), questionado sobre o Museu integral, declara: “[...] O museu total seria um museu onde todas as disciplinas, todos os conhecimentos seriam representados sob todos os seus aspectos. [...]”. Museu total ou integral seria um absurdo para Varines, que coloca o Mundo como única situação, porém se refere ao assunto como museu global com uma ideologia a ser buscado em virtude de um museu poder ser interessar por tudo dentro de seus objetivos. Um contraponto a ser feito seria a colocação de que o museu integral ou total como sinonímia, remete a uma associação do seu entorno, ou a integração com interesses de sua comunidade e visitantes enquanto que um museu global, além de remeter a objetivação total, nos projeta uma idéia de esfera global de abrangência cultural de todo o mundo.

Para Scheiner (2012, p.22) museu integral “é uma percepção integrada da relação entre os museus e as realidades sociais, econômicas e políticas dos museus latino-americanos”, e, relacionam que uma das marcas da Mesa-Redonda de Santiago é a consideração sobre os museus tradicionais poderem ser ou deverem ser considerados museus integrais e que a partir de 1960 os museus começaram a incorporar as ações participativas visionadas na reunião de Santiago e do ICOM.

 

 

 

4 MUSEUS E SUA TIPOLOGIA

 

Extraímos do site Museohoje (2014) as informações pertinentes a definição de museus pelo ICOM e pelo IPHAM e as quais reproduzimos a baixo visto a importância destas neste conteúdo.

O museu segundo a definição de atribuída pelo Conselho Internacional de Museus – ICOM, definição aprovada pela 20ª Assembleia Geral Barcelona, Espanha, 6 de julho de 2001: é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, investiga, difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e de seu entorno, para educação e deleite da sociedade.

Insere nesta definição:

- Os sítios e monumentos naturais, arqueológicos e etnográficos;

- Os sítios e monumentos históricos de caráter museológico, que adquirem, conservam e difundem a prova material dos povos e de seu entorno;

- As instituições que conservam coleções e exibem exemplares vivos de vegetais e animais – como os jardins zoológicos, botânicos, aquários e vivários;

- Os centros de ciência e planetários;

- As galerias de exposição não comerciais;

- Os institutos de conservação e galerias de exposição, que dependam de bibliotecas e centros arquivísticos;

- Os parques naturais;

- As organizações internacionais, nacionais, regionais e locais de museus;

- Os ministérios ou as administrações sem fins lucrativos, que realizem atividades de pesquisa, educação, formação, documentação e de outro tipo, relacionadas aos museus e à museologia;

- Os centros culturais e demais entidades que facilitem a conservação e a continuação e gestão de bens patrimoniais, materiais ou imateriais;

- Qualquer outra instituição que reúna algumas ou todas as características do museu, ou que ofereça aos museus e aos profissionais de museus os meios para realizar pesquisas nos campos da museologia, da educação ou da formação.

Segundo o Departamento de Museus e Centros Culturais – IPHAN (atual IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus), em 2005, define:

O museu é uma instituição com personalidade jurídica própria ou vinculada a outra instituição com personalidade jurídica, aberta ao público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento e que apresenta as seguintes características:

- o trabalho permanente com o patrimônio cultural, em suas diversas manifestações;

- a presença de acervos e exposições colocados a serviço da sociedade com o objetivo de propiciar à ampliação do campo de possibilidades de construção identitária, a percepção crítica da realidade, a produção de conhecimentos e oportunidades de lazer;

- a utilização do patrimônio cultural como recurso educacional, turístico e de inclusão social;

- a vocação para a comunicação, a exposição, a documentação, a investigação, a interpretação e a preservação de bens culturais em suas diversas manifestações;

- a democratização do acesso, uso e produção de bens culturais para a promoção da dignidade da pessoa humana (sic);

- a constituição de espaços democráticos e diversificados de relação e mediação cultural, sejam eles físicos ou virtuais.

 

Sendo assim, são considerados museus, independentemente de sua denominação, as instituições ou processos museológicos que apresentem as características acima indicadas e cumpram as funções museológicas.

O que se observa nas duas definições são colocações com aspectos diferentes, mas que na essência tem a preocupação com a interação e participação da sociedade em espaços abertos e na diversificação destes espaços.

Para Sartini (2011, p. 127) O museu deve ser um espaço de preservação e memória destinado a toda comunidade e que além de preservar, difundir, pesquisar, deve: “do presente, olhar o passado pensando no futuro!”.

O conceito de museus integral está em evolução, assim como o próprio conceito de museu, que recebeu no encontro do ICOFOM LAM de 1992 a descrição como “El museo es un fenómeno social dinámico que se presenta en distintas formas[…]”, considerando estas evoluções e associando as contribuições das práticas estabelecidas para o museu integral enumera-se a tipologia dos museus conceituando-os e exemplificando cada tipo.

Tipos de Museus:

a) Museus tradicionais

Os Museus Tradicionais clássicos possuem o espaço controlado, com foco na existência do objeto e com uma mensagem para alguém com abordagem conceitual definida. Guardam objetos de várias partes do mundo. Tem horário de visitação pública pré-determinado. Exemplo. Museu do Louvre. Estão subdivididos em museus tradicional ortodoxo, do tipo interativo e do tipologia com coleções vivas.

 

- Museu Tradicional Ortodoxo:

Localizados em edifício com espaço limitado a cada núcleo de exposição, valorizando o objeto dando ênfase ao acervo como produto cultural, e possuem um roteiro definido. Tem horário de visitação pública pré-determinado. Exemplo: Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro. A característica do museu histórico é a relevância histórica de seu acervo. Outro exemplo é MARGS - Museu de Arte do Rio Grande do Sul Aldo Malagoli. A característica do museu de arte esta voltada a acervo composto com exclusividade para pinturas e esculturas.

 

- Museu Tradicional do tipo Interativo:

Está limitado a um edifício, tem horário de visitação pública pré-determinado, exposições do objeto definido, os espaços não são rigidamente delimitados, roteiros interativos com a participação do visitante. Assistência de monitoria. Exemplo: Museu de Ciência e tecnologia da PUCRS e relata em seu site que objetiva a difusão de conhecimento e valorização da participação do visitante através de experiências lúdicas.

 

- Museu Tradicional com coleções vivas:

Espaço delimitado e controlado para cada núcleo expositivo, com ou sem roteiro definido, o visitante não interage, o acervo constituído por seres vivos, paisagem, ecológico. Igualmente tem horário comercial de visitação.

Para Mensch (2012), jardins botânicos e zoológicos encarregam-se de organismos vivos e trazemos como exemplo o Jardim Botânico de Porto Alegre e o Museu de Ciências Naturais, Mantidos pela Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, instituições atuantes com participação de alunos de escolas em conservação da fauna e flora e participante de trabalhos de pesquisas e em jornadas de iniciação científica.

 

b) Museus de Territórios

Espaço em que o visitante se subordina aos processos culturais e aos fenômenos da natureza local.

 

- Cidades Monumentos:

O espaço da exposição e todo o conjunto formado pela cidade, não havendo um horário definido para a observação do visitante, em espaços abertos, podendo haver definição de horário em alguns pontos de visitação, pois, outros tipos de museus podem se constituir seu objeto. Valoriza os resultados da presença humana sobre o território. Exemplos: Cidade de Ouro Preto, localizada em Minas Gerais, considerada Patrimônio Mundial da UNESCO e monumento nacional. Roma é outro exemplo de cidade monumento tem dezenas de monumentos que refletem o passado do povo romano. Ambas são cidades turísticas e objetos de estudo e pesquisa.

- Parques Nacionais e outros sítios naturais musealizados:

Está baseado no espaço musealizado de um território com ênfase em um ecossistema que teve ou não registro humano baseado nos valores naturais ou culturais da presença humana, onde a exposição é decorrente do lugar. Pode conter eventos de exposições tradicionais, mas não são essenciais. Exemplificam estes espaços: Parque Nacional do Iguaçu; Parque Marinho Fernando de Noronha; Parque Nacional da Tijuca. Espaço com forte visitação, com visitação controlada ou liberada, mas que se integram com sua comunidade às vezes reduzida com finalidade de seu preservacionismo, como é o caso do arquipélago Fernando de Noronha.

 

- Ecomuseu:

Para Varines (2013) o ecomuseu tem a função de dar a comunidade local o sentimento de apropriação de sentirem-se moralmente proprietária do território. Relata que o princípio fundador do museu era a inexistência de coleções, no entanto a doação participativa conduziu a construção de coleção própria alojada em uma sede.

De um modo geral o ecomuseu apropria um território com a preocupação ecológica, preservação paisagística, com a relação homem- território e vínculos culturais e sociais. Com mencionado pode ou não possuir coleções como pode conter exposições eventuais. É uma iniciativa da comunidade. Nas questões de preservação Mensch (1992) coloca que os ecomuseus exploram soluções funcionais com vista ao uso sustentável.

O termo ecomuseu foi trazido para evidencia na Mesa-Redonda de Santiago, como um novo conceito de museu e representando como exemplo deste tipo de museu o já existente desde 1971, Museu Creusot-Monteceau, na França, uma referencia na contribuição da mudança de concepção de museus somatizados no objeto.

 

- Museu Comunitário

Lersch e Ocampo (2014, p.x) conceitua o museu comunitário como uma ferramenta para que a comunidade construa um espaço que venham a se conhecer a si mesma participando do processos coletivos para expressar suas histórias e reportam-se ao museu comunitário como “uma ferramenta para a construção de sujeitos coletivos, enquanto as comunidades se apropriam dele para enriquecer as relações no seu interior, desenvolver a consciência da própria história, propiciar a reflexão e a crítica e organizar-se para a ação coletiva transformadora.”

Os autores supramencionados ainda se referenciam que as coleções destes museus são provenientes de um ato de vontade da doação de objetos patrimoniais da comunidade e que o objeto não é predominante, mas sim a memória e a significação de sua história em um processo de fortalecimento de identidade da coletividade através da legitimação destas histórias e de seus valores.

É um museu de território com uma sede doada pela comunidade local onde decidem sobre sua realidade, participam estudando reunindo objetos e trocando ideias em criações coletivas.

Hugues de Varine (1996, p.11-12) posiciona o museu comunitário como:

 

[…] saído da sua comunidade e cobrindo o conjunto do seu território, com vocação global ou “integral”, processo vivo que implica a população e não se preocupa com um público, que é ao mesmo tempo o centro e a periferia. A vida desses museus será curta ou longa, alguns nem se chamarão museus, mas todos seguirão os princípios da nova museologia (Santiago, Quebec, Caracas, etc.) no seu espírito ou na sua escrita (teoria).

 

A colocação de Varines nos conduz a refletir sobre promissora contribuição nascida com os princípios instituídos para museu integral, por decorrência da mesa redonda de Santiago que se refletem nas discussões e aplicações e nas novas concepções dos museus na atualidade.

O Museu da Lomba do Pinheiro, citado no tópico 2, é exemplo desta tipologia de museu de território e comunitário, com características nítidas de museu integral.

 

c) Museus virtuais

Áreas em meios eletrônicos, acessadas via internet, ou através de mídias eletrônicas, visíveis em desktop, ou em meio eletrônicos televisivos, que permitem acessos e navegações na referida área eletrônica, onde se tem a possibilidade de se assistir a proposta e exposição efetuada pelo museu. Neste caso intitulado de museu virtual, pela utilização do ambiente digital e disponibilizar imagens digitais.

O objeto não está presente é visionado através de imagens digitais e virtuais e o público visitante não é presencial, se considerado o estar em ambiente físico, mas marca sua presença pelo acesso realizado no site do museu.

Segundo Menezes (2007) o museu virtual tem a tendência de desmaterialização e ampliação do mercado simbólico e considera que é na informática que mais se tem produzido mudanças no campo museológico e refere-se a museu virtual “como uma panaceia capaz de superar todas as limitações” (p.52). Comenta que é um museu a ser visitado a qualquer dia, qualquer hora e de qualquer lugar, esclarecendo que o virtual a serviços do museu parece abrir horizontes de benefícios e que a ideia deste tipo de museu junta a problemática em relação a especificidade que justifica o museu.

Na atualidade os museus tradicionais buscam os recursos da internet e do mundo virtual como forma de se divulgarem, e divulgarem de modo virtual parte de seu acervo, coexistindo com museus totalmente virtuais a exemplo do Museu da Pessoa, visto pelo site: 'http://www.museudapessoa.net/index.htm.

Os museus virtuais que se surgem com o avanço das tecnologias voltadas ao mundo da internet se sintonizam com os princípios do museu integral, por sua globalização e estar permanentemente em contado com o público, especialmente influenciando em uma nova concepção de museu, com dinâmica interativa e de transmissão de conhecimento.

 

 

 

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O conceito de museu integral tomou força na Mesa-Redonda de Santiago do Chile, como uma entidade que deveria estar integrada a comunidade evoluiu nas discussões da reunião de Caracas, em 1992, imputando ideais de ações comunicativas e interativas com a comunidade.

Reflexões sobre os museus integrais estiveram presentes nas reuniões dos comitês internacionais de museologia, e se nota que é conceito em aprimoramento. Há de se esclarecer que o Museu integral não é uma unidade física, mas um conceito destinado a provocar mudanças paradigmáticas da atuação dos museus e mesmo de outras instituições que se assemelham.

 O conceito museu integral é incentivador da criação de novos modelos de museus, dentro dos princípios instituídos pela Mesa-Redonda de Santiago enriquecido com o resultado das novas propostas delineadas pelos encontros promovidos pelo ICOM.

O museu integral na sua essência pode ser empregado em qualquer tipo de museu e se constata que sua filosofia se associou amigavelmente aos tipos de museu comunitário e ecomuseus, onde a comunidade se apresenta participante em contribuições sociais e na construção e manutenção destas tipologias de museus, ampliando seus conhecimentos. Isto não significa que outros tipos de museus estejam ausentes do sentido de museu integral, aplicam por vezes alguns princípios e incorporam algumas características, lembrando que o próprio conceito de museu é ampliado no sentido de transmitir conhecimento, promover pesquisa difundir-se mesmo que seja como atração voltada ao seu espaço, mas que de fato coloca seus serviços para a comunidade.

O surgimento de novas tecnologias promoveu a criação de museus virtuais que permitem a interação de público não presencial, de se ter acesso de qualquer lugar e se constituem exemplo, juntamente, com os museus comunitários e ecomuseus, da contribuição evoluída de museu integral, na proposta de mudança de concepção de modelos clássicos de museus, permitindo um comportamento destas instituições mais voltado à ação social, comunitário, interativos, inovador-futurista, sem deixar de lado ao ideal da preservação do patrimônio material e imaterial e a promoção da pesquisa e do conhecimento.

 

 

REFERÊNCIA

 

DECLARAÇÃO DE CARACAS - ICOM, 1992. Cadernos de Sociomuseologiav. 15, n. 15Lisboa. 1999. Disponível em: <http://revistas.ulusofona.pt/index.php/cadernosociomuseologia/article/view/345> Acesso em: 28 mai.2014.

ICOFOM-LAM. Resumen de Encontruentros. Subcomité internacional de museologia Disponível em: <http://www.icofom-lam.org/resumen_de_encuentros.html>, acesso em 28 mai. 2014.

MESA-REDONDA DE SANTIAGO DO CHILE. Revista Museum, 1973. Disponível em: <http://www.ibermuseus.org/noticias/publicacao-sobre-a-mesa-redonda-de-santiago-do-chile-de-1972/> Acesso em: 28 mai. 2014.

LERSCH, Teresa Morales e OCAMPO,Cuauhtémoc Camarena. O conceito de museu comunitário: história vivida ou memória para transformar a história? 2004. Disponível em: <http://www.abremc.com.br/pdf/5.pdf>. Acesso em: 28 mai. 2014.

MENESES, Ulpiano T. Bezerra. Os museus na era do Virtual. In: BITTENCOURT, José Neves; GRANATO, Marcus; BENCHETRIT, Sarah Fasssa (orgs.). Museus, Ciência e Tecnologia. Rio de Janeiro: MHN, 2007. p.49-70.

MENSCH, Peter van. Modelos conceituais de museus e sua relação com o patrimônio natural e cultural. Trad. Tereza Scheiner. Boletim do ICOFOM-LAM. Buenos Aires-Rio de Janeiro: n. 4/5, p. X, ago. 1992.

MUSEUHOJE. Definição de Museu. Disponível em: <http://museuhoje.com/app/v1/br/menu-museus/56-definicaodemuseu> Acesso em: 28 mai. 2014.

PUCRS. Site Institucional. Disponível em: <http://www.pucrs.br/mct/institucional/sobre/>. Acesso em: 28 mai. 2014.

SARTINI, Antonio Carlos de Moraes. Museu Explica museu. In: SISEM SP (Org.) O Museus: O que são, para que servem? São Paulo: ACAM Portinari. 20111.

SCHEINER,Tereza Cristina. Repensando o Museu Integral: do conceito às práticas. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum., Belém, v. 7, n. 1, p. 15-30, jan.-abr. 2012.

VARINE, Hugues. Respostas de Hugues de Varine às perguntas de Mário Chagas [23 de Novembro de 1995].Cadernos de Museologia, 1996. p.05-12. [Entrevista concedida a Mário Chagas].

VARINE, Hugues. Entrevista com Hugues de Varine [19 de Abril de 2013]. No Mundo dos Museus, 2013. 10p. Disponível em: <http://nomundodosmuseus.hypotheses.org/5585>. Acesso em Jan/ 2014. [Entrevista concedida a Ana Carvalho].

 



[1] (1) utilizou-se para o texto o documento Mesa-redonda de Santiago do Chile. Revista Museum 1973. Disponível em: <http://www.ibermuseus.org/noticias/publicacao-sobre-a-mesa-redonda-de-santiago-do-chile-de-1972/> Acesso em: 28 mai. 2012. P. 164-165

 

[2] DECLARAÇÃO DE CARACAS - ICOM, 1992. Cadernos de Sociomuseologiav. 15, n. 15Lisboa. 1999. Disponível em: <http://revistas.ulusofona.pt/index.php/cadernosociomuseologia/article/view/345> Acesso em: 28 mai.2014. p 245.

 

[3] Idem.  p.250.