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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

PARALELO ENTRE TESAURO E LISTAS DE CABEÇALHOS DE ASSUNTOS








PARALELO ENTRE TESAURO E LISTAS DE CABEÇALHOS DE ASSUNTOS






Rogerio Carlos Petrini de Almeida[1]

 






RESUMO


Este conteúdo tem como finalidade observar características de um tesauro de forma online e outro de forma impressa em suporte de papel, da mesma forma, observar características de lista de cabeçalhos, nestas duas condições; traçar um paralelo entre as duas linguagens documentárias e por fim indicar em que situação se adotaria, por preferência,  o uso de cada de cada linguagem.



1 INTRODUÇÃO


Este trabalho tem por objeto atender a avaliação parcial da disciplina linguagem documentária III, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e pretende a responder a quatro requisitos: observar a características principais, de Tesauro e de Lista de Assuntos ou Cabeçalhos, em suportes online e papel, traçar um paralelo entre as duas linguagem documentárias e indicar em que condições vocês adotariam um ou outro tipo de LD e o por quê, desta escolha.

Sintetizam-se as características observadas em cada exemplo escolhidos de modo a abranger os critérios de análise de tesauros e de Listagens de Cabeçalhos (VAN DER LAAN, 2011), de modo que se tenham uma pequena visão destes indexadores, que foram escolhidos do acervo de biblioteca e de site da internet.

 A adoção de um ou outro modelo baseia-se praticamente pela preferência de acessibilidade, pois, tanto o tesauro como a lista de cabeçalho tem seus espaços bem definidos.


2 SÍNTESE DE TESAUROS  ANALISADAS, VERSÃO IMPRESSA E VERSÃO ON-LINE, DESTACANDO AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE CADA UM

Tesauro do Folclore e Cultura popular Brasileira, versão online, em análise podemos verificar que o tesauro tem um esclarecimento de seu propósito e da abrangência de seu campo temático, que está voltado à recuperação de informações da cultura popular brasileira Em sua divulgação em 2004, contava com 2092 termos, dentro de sete categorias: Alimento, Artefato, Associação, Atividade produtiva, Atividade ritual, Indivíduo e Matéria-prima. Em segunda versão (sem data identificada), amplia em cinco categorias: Literatura oral, Medicamento, Construção artesanal, Sistema de crença, Lugar e Tempo, não registrando desta vez a existência dos termos em sua base. Encabeça a construção do tesauro o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, o IPHAN – Instituto de Patrimônio Histórico Nacional, patrocinado pela Caixa Federal, com uma equipe de trabalho bem abrangente e com especialista em cada área de envolvimento, seja na área de tecnologia, gráfica, edição de texto, pesquisa, museu e biblioteca, o que solidifica as informações contidas neste tesauro. É claro o desenho do site, tem-se a disposição “abas” de apresentação, introdução, parte sistemática e alfabética e a de créditos onde relaciona todos os envolvidos nesta construção. Quanto a estrutura do tesauro é bem compreensiva, pois esclarece a composição do tesauro e como os termos são construídos e as relações entre termos e notas que poderão existir, porém as abreviaturas apontadas, não são de todo compreensivas, em primeira leitura. Vê-se que os termos foram tratados com bastante especificidade dentro da temática tendo como base os acervos da Biblioteca Amadeu Amaral e do Museu de Folclore Edison Carneiro, enumerando 283 fontes consultadas. O termo ou descritor preferido foi escolhido na escala de serem os mais consagrados dentro da cultura popular brasileira. O ambiente da internet proporciona uma navegação entre os termos e suas relações, no entanto a buscas de acervos digitais e alguns links, não funcionam adequadamente, mas tem-se a facilidade do buscador da internet lançar a várias páginas onde contém o termo consultado.  Constata-se que a apresentação das telas não há abreviações ora mencionada na estrutura e não há data de atualização do registro. Em alguns termos existem os “Objetos Digitais” que se clicados permitem a visualização de imagens e sons, com recursos da informática vem a enriquecer os tesauros.As vantagens de se ter uma ferramenta desta em meios online é a acessibilidade de informação a todos os pretendentes de sua busca, a facilidade de inclusão de novos termos e conceitos, a interação com mídias de som e imagem, que permitem maior acessibilidade e facilidades de compreensão; como desvantagem  se é que podemos considerar é a disponibilização e mobilidade dos equipamentos necessários ao acesso a informação e a energia que requer estes, para o seu funcionamento.  
Tesauro para acervos museológicos, versão impressa, é um instrumento de controle da terminologia utilizada para designar os documentos/objetos criados pelo homem e existentes nos museus, em particular de caráter histórico. Com a publicação em 1987, do Thesaurus para acervos museológicos, o Museu Histórico Nacional retoma a tradição de produção científica, apresentando o trabalho de duas de suas técnicas mais destacadas: Maria  Helena  S. Bianchini, museóloga, profunda conhecedora de artes decorativas e de sua profissão e Helena Dodd Ferrez, mestre em Ciência da Informação, cabeça especialmente dotada para a classificação dos documentos/objetos Elaborado com o propósito de atender, sobretudo,à recuperação de acervos museológicos, seja ela manual ou automatizada, procura apresentar um sistema internamente consistente para a classificação e denominação de artefatos.Compilado na sua primeira versão para uso do Museu Histórico Nacional, o Thesaurus para acervos museológicos foi ampliado para atender aos demais museus, de caráter histórico do país, por sugestão da equipe do antigo Programa Nacional de Museus que teve , ainda,a iniciativa de coletar a terminologia empregada pelos mesmos para designar seus objetos.Nesta segunda fase, não só a contribuição de outros museus como o contato com a obra de CHENHALL foram de fundamental importância para dar a este tesauro novo aspecto e, mais do que isso, nova dimensão.
A metodologia obedeceu às seguintes etapas: coleta e conceituação, seleção classificação a partir do estabelecimento das relações gênero-espécie; e determinação das relações associativas e partitivas.
A coleta dos termos/nomes de objetos foi feita pelos museólogos das diversas instituições colaboradora e, a partir da lista resultante, cada  termo/nome de objeto foi estudado e conceituado.
Não tendo sido testado amplamente, para que se possa avaliar sua capacidade de recuperar a informação. O Thesaurus deverá ser revisto e atualizado, na medida de seu uso em função de três tipos de procedimentos: ampliação ou restrição do significado de termos/nomes de objetos já existentes, adição de novos termos/nomes de objetos,eliminação de termos/nomes de objetos. Esse processo de revisão e atualização é que o torna um instrumento dinâmico, permitindo verificar seu nível de qualidade e adequação, e possibilitando um constante aperfeiçoamento.
O ponto fraco encontrado está no abandono da elaboração de um glossário porque as dificuldades encontradas no decorrer do trabalho, sobretudo de natureza semântica, demonstraram que um glossário teria sido instrumento complementar valioso. O lado positivo é que se decidiu que cada termo/nome de objeto pertenceria a apenas uma classe, o que embora possa parecer arbitrário, visa evitar a dispersão de um mesmo termo em diferentes classes o que facilita a classificação e recuperação de objetos.

3 – SÍNTESE DAS LISTAS DE CABEÇALHOS DE ASSUNTO ANALISADAS, VERSÃO IMPRESSA E VERSÃO ON-LINE, DESTACANDO AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE CADA UM.

Lista de assunto da USP, versão online, vem com o apontamento de seu propósito bem claro   de indexação  dos  recursos de informação do banco de dados da  USP, com a abrangência de todas as áreas de estudos da Universidade.

A base foi inicialmente construída por uma equipe de dezenas de pessoas,  envolvendo especialista de todas as áreas, estudantes, bibliotecários da universidade.
A lista de assunto constituída em 1985, com 8000 termos e a partir deste momento vem sendo atualizada por uma equipe que atua por dois anos em sua manutenção. Formada a partir da base de dados da biblioteca existente na época em forma de suporte físico e o conjunto de bibliotecas são as fontes geradora de informações para manutenção e informação das informações.

  Adota uma metodologia dividida em áreas temáticas, estabelecimento
de relação  lógico-semântica entre os termos, característica hierárquica de ordenação dos assuntos, introduz notas quando necessário, remissivas, de acordo com as normas vigentes de indexação, elimina ambigüidades.

            A lista de assunto tem uma atualização, com datação de sua atualização e inclusão na base de informações sendo responsável pela sua publicação pessoal técnico qualificado do corpo da Universidade.

O site possui um tutorial, com informações que permite o uso adequado da  lista, abreviatura e hierarquização e remissiva. A lista esta disposta de modo geral alfabética, hierárquica, locais, gênero e por profissões e, ainda conta com tabelas auxiliares, para auxiliar a pesquisa. As consultas podem se realizadas de diversas formas: simples, avançadas, gênero, etc. O sistema é bastante claro acessível com informações que conduzem facilmente a seu uso e a informação procurada.   Em termos de ambiente podemos considerar as vantagens e desvantagem dos tesauros.   

A lista de cabeçalho de assunto, Music Subject Headings, versão impressa, se inicia como uma extensa introdução com o propósito de explicar o principal objetivo da publicação que é atualizar estudantes e iniciantes na área da música. Ainda na introdução é apresentada sua definição de sua área de abrangência, demonstrando a sua utilidade e sua importância para o auxílio para a formação do conhecimento. Na metodologia apresentadas são definidas regras para a diferenciação dos termos, a exemplo disso, verificamos os qualificadores. Algumas informações são apresentadas no final da introdução como a equipe de trabalho que elaborou a lista de cabeçalho e que esta é resultante de uma revisão de duas publicações anteriores da Music Library Association, do período de 1935 e 1937. A instituição responsável pela publicação é a Library of Congress.
As relações hierárquicas e associativas são apresentadas de forma clara e explicativa, tornando-se fácil o manuseio e, portanto, há a compreensão da organização atribuída a elas. Algumas explicações sobre sua utilização são apresentadas na introdução, o que não há é a indicação dos recursos auxiliares. Além disso, há informações sobre os cabeçalhos de assuntos como o emprego do singular e plural; o uso de assuntos formados por uma expressão, que determina o início do mais geral para o específico. Na parte da estrutura, não foram apresentadas explicações mais abrangentes para as abreviaturas, pontuações, sinais e notas.


4 - UM PARALELO ENTRE AS DUAS LDS ESTUDADAS.

         Para Colepícolo (2011), o tesauro forma uma rede de informação flexível e integra, apresentando um conjunto de termos de um domínio específico, como as relações hierárquica , associativas e de equivalência, relações destinadas a classificação e indexação de qualquer documento. Refere-se ainda a tesauro como uma composição de termos descritores de uma área do conhecimento que possuem definições.

O mesmo autor define o cabeçalho de assunto como uma composição de uma lista de palavras chaves, podendo ter relações hierárquica e de equivalência e serve, também, para classificação e indexação de qualquer documento.

O Tesauro como um vocábulo construído por termos, estruturados de maneira a representar uma rede conceitual, dentro de uma área específica estabelecendo relações semânticas entre os descritores, e relações hierárquicas e associativas é uma definição apresentada por Van der Lann e Laipelt (2011), que também registra que o cabeçalho de assunto tem uma estrutura imperfeita, como uma linguagem documentária e unidade de indexação  construída por uma palavra ou sintagma nominal, que surgem a partir dos títulos das obras, palavras chave. Tem a relação do geral para o específico, relação entre assuntos de um mesmo nível hierárquico e relações de equivalência.

A diferença que pode ser percebida entre as duas linguagens é a o tipo de relações que se ocupam, o cabeçalho visto com uma estrutura imperfeita, por se vincular a relação hierárquica do geral do especifico, enquanto o tesauro considere as relações hierárquica, equivalente, associativas, relações semânticas entre os descritores o que torna os tesauros mais robustos.


5 COMENTÁRIOS FINAIS

Após a análise dos elementos de cada tipo de linguagem documentária cabe indicar em que condições se adotariam um ou outro tipo, isto por preferência ou por a sugestão que a análise oferece, neste momento. Entende-se que o cabeçalho de assuntos de modo online, vem a facilitar a pesquisa em bibliotecas de um modo geral, pois a pesquisa por assunto  pode remeter, de forma genérica,  mais facilmente ao resultado informação desejada, já ao emprego do uso do tesauro, também de forma online,  estar-se-ia em consonância com áreas mais especializadas de pesquisa e atuação de interesse, podendo estar inserido em bibliotecas especializadas, em entidades de classe, saúde.

O uso da internet e de ambientes computacionais, são opções para as duas linguagens, em detrimento ao uso do papel, por permitir maior acessibilidade, por se pensar que os equipamentos necessários a este acesso estejam mais presente na sociedade atual, por ser um meio de atualização ágil.

Há de se considerar, que as duas linguagens documentárias, artificial, por serem construídas, podem se completar como objeto de pesquisa e até mesmo se pensar que podem ser fusionadas com recurso da informática, para que o usuário da informação alcance seu objetivo  com mais precisão e independência.


 REFERÊNCIAS

COLEPICOLO, Eliane. MeSH: de cabeçalho de assunto a tesauro.Disponível em: http://www.sbis.org.br/cbis/arquivos/994.pdf Acesso em: 09 set. 2011.

FERREZ, Helena Dodd; BIANCHINI, Maria Helena S.Thesaurus para acervos museológicos. Rio de Janeiro: Fundação Nacional Pró-memória. Coordenadoria Geral de Acervos Museológicos, 1987.

LIBRARY OF CONGRESS. Music Subject Headings. Washington, 1952.  

  _____  Tesauro de Folclore e Cultura Popular Brasileira – Disponível em: http://www.cnfcp.gov.br/tesauro/apresentacao.html Acesso em: 06 set. 2011.

USP. Vocabulário controlado do sibi/usp  Disponível  em: http://143.107.73.99/Vocab/SIBIX652.dll/Index  Acesso em: 09 sset. 2011

VAN DER LANN, Regina Helena, Criterio de Análise de Tesauros. Disponível: http://moodleinstitucional.ufrgs.br/course/view.php?id=13786. Acesso em: 09 set. 2011.

VAN DER LANN, Regina Helena; Laipet, R.C.F. Linguagens documentárias alfabéticas cabeçalho de assunto. Disponível em: http://moodleinstitucional.ufrgs.br/course/view.php?id=13786. Acesso em: 09 set. 2011.



Aluno do Curso de Biblioteconomia – FABICO / UFRGS. Trabalho realizado como pré-requisito para avaliação da disciplina de Linguagem Documentária III (BIB033341), ministrada pela Professora Regina Helena van der Laan. Porto Alegre, jun. de 2011. E-mail: rogério_petrini@hotmail.com. Blogue - http://rogeriopetrinialmeida.blogspot.com/.

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