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sábado, 28 de março de 2015

O museu inclusivo e a museologia mundializada – Resenha

RESENHA
O museu inclusivo e a museologia mundializada
 
Rogerio Carlos Petrini de Almeida[1]
 
François Mairesse, nasceu em 1968em Bruxelles, professor na Universidade de Parris 3 Sorbone, Diretor do Musée royal de Mariemont (Belgica) entre 2002 e 2010. Presidente do Comite Internacional para a Museologia ICOFOM.


Palavras-Chave: Museu inclusivo. Museologia.
 
O termo museu inclusivo teve origem na língua inglesa, nos anos 90, termo utilizado para lembrar as relações, entre o museu e os usuários deficientes e, o público excluído e para promover a inclusão social de um modo geral.
O autor abre o comentário sobre “o lugar das línguas no discurso museológico” tendo como objeto a influência que a língua faz neste campo tendo como base um programa de intercâmbio e de reflexões sobre os museus e seu modo de funcionamento. A língua francesa se apresenta em primeira instância, por sua influência, neste campo, por ter forte produção literária, pelo ICOM estar sediado em Paris. No após Segunda Guerra Mundial, a língua inglesa, começa a ter interferência, no âmbito mundial, os textos começam a ser escritos em francês/inglês, no entanto a base de pensadores sobre museus é francesa e predomina a escrita neta língua sobre este assunto. Outras línguas influenciaram esta literatura são provenientes do países do Leste Europeu, ora pela presença da administração do ICOFOM estar representada por pessoas destes países e que influenciaram o pensamento sobre o museu com base nas experiências obtidas em suas regiões. O autor ainda comenta sobre as diferentes abordagens que ocorreram na distinção entre museologia teórica e museologia aplicada ocorrida sob a influência de uma região e sua língua. Os anglo-saxões estariam mais interessados nos aspectos das práticas ficando em segundo plano as questões teóricas, diferente da escola francófona. Uma segunda diferença é a abordagem que ocorre pela desigualdade em níveis de ensino universitário, pelo desenvolvimento do nível acadêmico que se deslocam para o estudo de museus (inglês, céltico e germânico)  sem excluir outras disciplinas, movimento que não é abraçado pelo Leste Europeu, França e alguns países latinos, que ficaram com uma estrutura fundamentada em critérios científicos. O autor relata as diferentes abordagens entre os anglo-saxões e os latinos e museólogos do Leste Europeu que ultrapassa a questão do critério de uma disciplina ou de um campo de pesquisa.
No item “as transformações do modelo econômico e sua influência sobre a museologia” o autor parte das influências e transformações das iniciadas por três segmentos: o bloco capitalista (Estados Unidos e Europa Ocidental); o bloco socialista (União Soviética, países do Tratado de Varsóvia); e, um bloco de países não alienados, estabelecendo cada qual uma concorrência de influência de políticas e de economia. Diz o autor que tais mutações irão produzir transformações no mundo dos museus, que as mudanças econômicas irão transparecer progressivamente, que se opera nesta época, introduz a metamorfose progressiva do visitante em consumidor, do museu em unidade econômica influenciando o devir de sua região. É vista uma evolução e desenvolvimento rápido da economia de transformação universitária, da importância que é dada a língua que produz e discute museologia refletindo que sob ao ponto de vista global o mundo anglo-saxão de pensar o museu se impõe progressivamente no mundo.
Sobre o tópico “Dicionário enciclopédico, um mundo de transformação”, nos relata que para tal projeto, não houve uma vontade de se redigir um tratado internacional de museologia lembrando que a estrutura de uma língua e a cultura a qual está vinculada levou a abordagens diferentes de uma mesma disciplina. Chama a atenção para a abordagem de Riviére, que prioriza e evoca a função pesquisa, Stransky que evoca a museologia aplicada, Ambrose et Peine, que focalizam no visitante de museus, antes do desenvolvimento de coleções, arquitetura ou gestão.  O autor diante de ambiguidades propõe o campo da museologia como “o conjunto de tentativa de teorização ou de reflexões críticas vinculadas ao campo museal”. Como campo museal, tem-se o termo museal como sinônimo e relativo a museu e museologia e define “o campo de referência no qual se desenvolvem não apenas a criação, o desenvolvimento e o funcionamento da instituição museu, mas também a reflexão sobre os fundamentos e suas questões.” Comenta a abordagem do dicionário dos conceitos chaves de museologia e seus 21 termos e nas aplicações e na aplicação de formas de um novo dicionário.
“O mundo inclusivo no mundo da enciclopédia” em seu discurso final deste texto inicia futurizando um dicionário que poderia ser pertinente a um público tanto francófono ou latino, quanto anglo-saxão. Conservando e ampliando estruturas para integrar noções que encontram um eco particular dentro de cada língua. Coloca atenção sobre o conceito de inclusão no mundo do museu, termo esquecido de ser apontado no dicionário existente. O conceito de museu inclusivo estaria de certa forma, associado ao conceito de inclusão social, que deverá ser apontado como uma função real do museu, que inclui, incentiva o turismo e participa no desenvolvimento econômico e social. O museu inclusivo apresenta-se como uma ferramenta de luta contra a exclusão social, diz o autor.
Colocamos que as transformações que ocorreram no campo da museologia, provocadas por fatores econômicos, por redefinições ou ampliações na sua função, ou em seu objeto de estudo, recaem em abordagens diferenciadas por cada língua, que traduzem sua cultura dentro deste contexto. Quanto à elaboração de um dicionário de termos especializados da área, sempre haverá a questão da língua e da cultura de cada região, no obstante ser importante uma unificação dos conceitos e terminologia, para um entendimento universal, vê-se que as premissas locais devem ser consideradas evitando desencontros culturais e afunilamento de ideias. A questão do museu inclusivo é de cunho importante, pois, abarcará uma maior parte da sociedade e se mostrará pleno ao seu público. O ser inclusivo não é esquecer suas demais funções, é um agregar.
 
 
REFERÊNCIA
 
MAIRESSE, François. O museu inclusivo e a museologia mundializada.
Documentos de trabalho do 21º Encontro Regional do ICOFOM LAM 2012.
Petrópolis, Nov/ 2012. p.35-52.


[1] Aluno do Curso de Museologia – FABICO / UFRGS. Trabalho realizado como pré-requisito para avaliação parcial da disciplina Teoria Museológica (BIB03239), ministrada pela Professora Ana Carolina Gelmini de Faria. Porto Alegre, mar. de 2015. E-mail: rogériopetrini@gmail.com.

SOBRE A CIDADE: recorte da arquitetura de Porto Alegre entorno da praça Alto da Bronze

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULclip_image002

FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO

CURSO DE MUSEOLOGIA

 

 

 

 

 

Rogerio Carlos Petrini de Almeida

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SOBRE A CIDADE: recorte da arquitetura de Porto Alegre entorno da praça Alto da Bronze

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Porto Alegre

2015


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 Rogerio Carlos Petrini de Almeida

 

 

 

 

 

 

 

 

SOBRE A CIDADE: recorte da arquitetura de Porto Alegre entorno da praça Alto da Bronze

 

 

 

Trabalho acadêmico apresentado como requisito parcial para aprovação na Disciplina BIB03242, Arquitetura e espaços em museus, ministrada pela Prof. Jeniffer Cuty, da Faculdade de Museologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Consta no blog do autor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Porto Alegre

2015

clip_image005FIGURAS

Figura 1

 Figura 2Mapa do Alto da Bronze

8

Figura 3

Figura 4 Marcação dos Prédios Alto da Bronze

9

Figura 5

Figura 6 Foto1

10

Figura 7

Foto 1a

11

Figura 8

Prédio na Rua Duque de Caxias, com Gen Cypriano

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Figura 9

Prédio R Duque Caxias

12

Figura 10

Prédio R.D Caxias

12

Figura 11

Prédio Justiça Militar

13

Figura 12

Prédio azul duque caxias

13

Figura 13

Duque em frete a praça

14

Figura 14

Duque com a vasco

14

Figura 15

Castelinho

15

Figura 16

Escola E.E

18

Figura 17

Escola E

18

Figura 18

Reforma R. Fernando Machado

19

Figura 19

Fernando machado

20

Figura 20

Fernando machado com Cypriano

20

 

 

 

 


 

SUMÁRIOclip_image007

 

 

1

INTRODUÇÃO..............................................................................

6

2

ALTO DA BRONZE.....................................................................

7

3

 O MAPA DOS REGISTROS FOTOGRÁFICOS.....................

 9

4

 FOTOS DO ENTORNO DA PRAÇA GENERAL OSORIO/ ALTO DA BRONZE.....................................................................

11

5

CONSIDERAÇÕES FINAIS

21

 

REFERÊNCIAS..............................................................................

22

 

 

 

 

 

 

 

 


 

1 INTRODUÇÃO

 

Este trabalho visa os registros fotográficos e textuais sobre percepções da arquitetura de uma parcela da Cidade de Porto Alegre, sendo que esta parcela se limitou a fotografias digitalizadas, do entorno da praça do Alto da Bronze, destacando prédios de construções mais antigas, dos quais se tecem alguns comentários e histórico da praça e do bairro escolhido.

São 15 fotos sinalizadas no mapa do Google, para melhor identificarmos a sua localização e percepção do entorno o espaço ocupado.

Um trabalho descritivo que se utilizara das percepções dos textos vistos em aula. As fotografias na sua totalidade foram fotografadas no dia 24 de março de 2015, terça-feira, pelo autor do trabalho, utilizando uma máquina digital Sony, em 5mp.

 

 


2 ALTO DA BRONZE

 

Transcrevemos a seguir informações Guia histórico de Porto Alegre, de Sergio Franco e informação idêntica a existente no site da Prefeitura por nos fornecer uma visão da histórica e temporal da praça e de seu surgimento.

 

Atualmente Praça General Osório, situada entre as ruas Duque de Caxias, Coronel Fernando Machado e General Portinho foi um largo até o início do século XX.

Teve diversos nomes ao longo de sua história: Alto do Manoel Caetano, Alto do Senhor dos Passos, Alto da Conceição e Alto da Bronze. Este último, perpetuado na tradição de Porto Alegre, teve como origem uma prostituta que vivia em uma casa de porta e janela à direita da Praça que “... era conhecida, não sei quê de Bronze, e que por decência só era chamada Bronze (o Senador Mem de Sá, em suas memórias, refere que seria “Cu de Bronze” o apelido inteiro), nome que foi dado àquele lugar por ser ela a figura mais notável do bairro”. (Antigualhas, Coleção ERUS).

Em 1865, o município resolve adquirir “um terreno aberto que existe no Alto da Bronze, com frente para as ruas da Igreja, Bela e Arvoredo, com 266 palmos de frente na Rua da Igreja e Arvoredo, a fim de formar-se ali uma praça” para instalação um dos chafarizes da Companhia Hidráulica Porto-alegrense, para abastecimento de água potável à população. O herdeiro dos terrenos, João Soares de Paiva, que residia no Rio de Janeiro, fez exigências consideradas excessivas em termos de preço. Em 1865, a Câmara pede auxilio a presidente da Província Visconde da Boa Vista que, em 1866, desapropria a área, declarando-a de utilidade pública.

Em 1887, inicia-se o ajardinamento que, em 1920, passa por uma remodelação completa, visando corrigir o nivelamento do terreno “por obras d’arte”, a fim de minimizar a íngreme ladeira.

Em 1926, no governo do Intendente Otávio Rocha, é inaugurado o 1º Jardim de Praça de Porto Alegre, embasado nas teorias de educação, esporte e lazer do professor Gaelzer, num trabalho pioneiro na América Latina. A escola de Educação Infantil é mantida pelo município até hoje, oferece ensino de qualidade para crianças de 4 a 6 anos.

Por volta de 1930, o Prefeito Otávio Rocha promoveu a reforma da praça, transformando-a em praça de esportes. Ela já conquistara, então, a simpatia da vizinhança, sendo imortalizada num samba do sambista Paulo Coelho:

Uma reforma executada em 1970 deu-lhe o aspecto atual. Na praça existem as placas Alto da Bronze e General Osório.

 

Verifica-se que a praça e seu entorno passam, ao longo dos anos por transformações imposta pela cidade e seu desenvolvimento, mas também se constata que o espaço permanece a disposição da comunidade e em seu entorno sobrevivem casarões construídos no início do século XX, como se refere Lynch, 1997, p.1) (...)”a cidade é uma construção no espaço, mas uma construção em grande escala; um coisa só percebida no decorrer de longos períodos de tempo. (...)” a praça como parte dessa cidade, também se enquadra nesta visão, pois, tem uma trajetória temporal de muitas histórias e transformações.Lynch (1997) diz que a imagem ambiental  é um produto da sensação imediata e da lembrança de experiências passadas e que seu uso presta  a interpretar as informações e orientar a ação, sem dúvida o ambiente formado pela praça e bairro alto da bronze está enraizado na comunidade local e tais imagens fazem parte daquele lugar.

 

 

 


3 O MAPA DOS REGISTROS FOTOGRÁFICOS

 

 

Para maior compreensão do espaço selecionado colocamos a figura xxx  mostrando o mapa do bairro e logo se percebe o seu afunilamento em direção ao Lago Guaíba. Como diz Lynch ( 1997 p.5) “(...)uma imagem clara do entorno constitui uma base valiosa para o desenvolvimento  individual”.

 

Figura 21Mapa do Alto da Bronze

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Fonte: 1 Google Maps

 

 

A segunda imagem enumera os prédios fotografados que serão assuntos abordados adiante. A concentração do registro fica nos quarteirões formado pela Rua Duque de Caxias, Rua Gen. Vasco Alves, Rua Cel. Fernando Machado e Rua Gen. Cypriniano Ferreira.

Lycnh (1997, p. 10) comenta “o mapa, seja ele exato ou não deve ser bom o suficiente para conduzir ao nosso destino”. (...) assim sendo “deve ser seguro e conter indicações suplementares que tornem possíveis as ações alternativas, sem grande risco de insucesso.”

 

 

 

 

 

Figura 22 Marcação dos Prédios Alto da Bronze

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Fonte: 2 Google Maps.


4 FOTOS DO ENTORNO DA PRAÇA GENERAL OSORIO/ ALTO DA BRONZE

 

O trajeto do registro fotográfico começa pela Rua Duque de Caxias, foto numero 2 em direção ao Guaíba, perfazendo o contorno na praça General Osório, pela rua Fernando Machado terminando ao ultrapassar uma quadra da praça por esta rua.

São fotografias de fachadas que segundo colocação de Hall (2005), as fachadas são reveladoras ela indica o reconhecimento de níveis que devem ser penetrados e as características destas podem fornecer proteção e podem, também, serem para as pessoas, como se apresentam ao mundo ou como se escondem por trás dela. 

 

  Foto 1

              Figura 23 Foto1

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Esta foto identifica a Praça General Osório conhecida também por Alto da Bronze. No seu entorno pode se constatar uma diversificação de construções, de mais de uma época. Procurou-se registrar as construções que se perceberam mais antigas, e que convivem irmãmente com outras de construção mais recentes. O entorno deste local é de grande movimentação de ônibus e veículos particulares, que também utilizam as ruas para estacionamento dos veículos.

 

             

 

 

 

 

 Figura 24-Foto 1a

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  A fotografia anterior é um registro da construção no interior da praça, na forma sextavada.

 

FOTO2

Registrou-se o predio a seguir por estar na proximidade da praça do Alto da Bronze, e fazer parte da parcela escolhida para estudo, sua visualização é bonita e apresenta um bom estado de conservação, chamando a atenção da parte comercial ou aluguel sobre o imóvel.

 

Figura 25 Predio na Rua Duque de Caxias, com Gen Cypriano

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 FOTO 3

 

Foto registro de um prédio localizado na Rua Duque de Caxias, com uma fachada interessante, despertando a construção moderna no telhado, que interfere no original.

 

Figura 26 predio R Duque Caxias

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 FOTO 4

 

 Prédio localizado na Rua Duque de Caxias, apresentando necessidades de restauração e conservação preventiva.

Figura 27Predio R.D Caxias

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 FOTO 5

 

 

Figura 28 prédio Justiça Militar

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O prédio está localizado na Rua GEn. Portinho, esquina Rua Duqeu de Caxias e, está  sendo utilizado pela Justiça Militar da União. Neste momento passa por algumas interveniências de manutenção, como se pode perceber pela placa do responsável pela obra, situada ao alto, e no local há alguns andaimes, na lateral.

 

FOTO 6

 

Prédio localizado nas proximidades da Escola Estadual Ernesto Dorneles, em estado de conservação que merece cuidados.

Figura 29 predio azul duque caxias

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FOTO 7

 

Prédio localizado na Rua Duque de Caixas, próximo a Escola Estadual Ernesto Dorneles.

 

Figura 30 Duque em frete a praça

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FOTO 8

 

 A foto a seguir identifica o prédio na esquina da rua Duque de Caxias, com a Rua Gen. Vasco Alves, tal registro  é promovido para identificar a riqueza das construções antigas, e propor um apreciação quanto ao seu estado de conservação em comparação a outros prédios aqui listado.

Figura 31duque com a vasco

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FOTO 9

 

Figura 32 castelinho

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 Em breve história retirada do blog Arquivopoa (2015), diz:

 

Ele foi construído em 1948 a pedido do famoso político Carlos Eurico Gomes para viver com sua amante. Ele era na época do PSD e casado com Ruth Caldas (irmã do diretor do jornal Correio do povo). A traição foi descoberta e ele separou-se de Ruth para morar com a jovem 22 anos mais nova. Para a época isso foi um escândalo.

Eurico e sua amante foram morar juntos no castelinho durante 4 anos. Ele era extremamente ciumento, reza a lenda que ela ficava no terceiro andar sem poder descer durante alguma reunião política. Depois de alguns anos ela teria fugido do castelo depois de uma suposta ameaça de morte.

O prédio é baseado em arquitetura medieval e possui janelas em estilo gótico.

 

Não se entrara num maior comentário a respeito das histórias em tono deste prédio que fica a poucos metros da praça Gen. Osório/Alta da Bronze. Conforme já se pode perceber o prédio  é dotado de imaginabilidade que segundo conforme Lynch (1997, p.11)

 

É a característica, num objeto físico, que lhe confere uma alta probabilidade de evocar uma imagem forte  em qualquer observador dado é a forma, cor ou disposição que facilita a criação de imagens mentais claramente identificadas, poderosamente estruturada  e extremamente identificadas.

 

O prédio se tornou um centro cultural, está bem conservado, se encontra no Centro Histórico de Porto Alegre, que em mediadas preservacionistas, através de lei Orgânica de 1971, identificando dessa forma que a conservação das paisagens culturais estejam em consonância coma s políticas de governo, locais e nacionais, econômicas e sociais das pessoas, e tem por objetivo o controle da mudança que podem ser praticadas, Castriota (2009) cita os critérios de preservação dados pela EPAHC, que enuncia quatro abordagem: a instancia cultural, que considera os valores históricos, ou referenciais do bem, a instância morfológica , que considera os valores sob a ótica da história da arquitetura, a instancia técnica que analisa os valores construtivos comentando o pioneirismo da metrópole gaúcha na adoção de medidas preservacionista, caracterizando uma conservação integrada, como pode ser observado pelos registros fotográficos, que identificam em uma pequena parcela da cidade diversos prédios  sob a influência do Estado.

Este prédio foi escolhido como foco deste trabalho, por estar no circuito do registro fotográfico do entorno da praça Gen. Osório, também, conhecida como Alto da Bronze, e por sua legibilidade que identifica a qualidade visual a legibilidade ou clareza  aparente da cidade (LYNCH,1977), por ser um prédio facilmente reconhecível pela população  local, além de que a sua imaginabilidade implícita que evoca, segundo Lynch, citado acima, uma imagem forte em qualquer observador.

O espaço ocupado pelo prédio e um terreno que fica de esquina entre as ruas Gen. Vasco Alves e a Fernando Machado, em prédio de esquina com um espaço de característica fixas que segundo Hall (2005) “é um dos modos básicos de organização das atividades de indivíduos e grupos.” E confere aos prédios uma expressão padrão desta característica. Dialogando a respeito das características do espoco ocupado pelo prédio podemos ainda constatar, segundo a colocação de Hall (2005) quais a característica semifixas que poderia apresentar, neste caso o prédio não se apresenta desagregador em relação ao seu espaço e contorno, e as variáveis de mudanças, e interferências visuais tem poucas possibilidades, face tratar-se de um lugar que tem abrangência de uma conservação integrada, esta sob o olhar do Estado e sociedade, numa participação conjunto do espaço cultural (CASTRIOTA, 2009). Quanto a aplicação das características de espaço informal vistas por Hall (2005), para este prédio, para este prédio podemos dizer que é um espaço de pessoas um espaço que a comunidade usa, lembrando que o prédio tornou-se um centro cultural reforçando a característica dessa informalidade.

Para Arheim (1988, p.169) “espera-se que os edifícios mostrem o modo como podem ser usados. Quase sempre é desejável que o desenho do exterior diga ao visitante que se aproxima onde é a entrada.” Comenta ainda que a imagem do edifício deve ser orientadora, na sua organização do pormenor ao global, refere-se ainda ao simbolismo arquitetônico que começa em ação quando o projeto de um “edifício utiliza configurações que encerram um significado convencional”. E diz que “ O espírito medial, sobretudo, tinha tendência para ver uma mensagem em toda a configuração”, é  o que nos reflexiona o prédio do Castelinho, com sua arquitetura  mediável, em forma de castelo, com suas torres e seus detalhes em pedra que nos remete a um imaginário fora de nossa época  reforçando o pensamento de Arheim (1988, p.173, que a “expressão espontânea podem determinar o significado de um edifício e que a “qualidade expressiva encerra um simbolismo evidente por si só.”  

 

FOTO 10

 

 Prédio da Escola Estadual Ernesto Dorneles, ocupa uma quadra inteira.

 

 Vista da frente

Figura 33Escola E.E

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FOTO 10

 

Vista da fachada do fundo.

 

Figura 34 Escola E

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FOTO 11

Foto adiante identifica dois prédios com situações diferentes, o da esquerda com alguma intervenção paliativa no fechamento da janela, o da direita a execução de pintura sem responsabilidade dos órgãos de inspeções que segundo Castriota (2009), comenta em seu texto Inventários urbanos como instrumentos de conservação, , não deveriam estar ameaçado pelo desconhecimento e pelo abando, mas amparado pela o inventário e tombamento, evitando mutilações ou demolições.

 

Figura 35 reforma R. Fernando Machado

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FOTO 12

Prédio localizado na Rua Gen. Fernando Machado, visto de fora apresenta uma boa conservação, está de frente para a praça e se integra plenamente neste ambiente cultural.

Por ocasião da foto, conversei com uma moradora que ali passava e comentou, “uma bela casa, gostaria de ter dinheiro, para comprá-la, morar aqui é muito bom é muito tranquilo”.

 

 

 

 

 

 

Figura 36 Fernando machado

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FOTO 13

 

Duas edificações uma ao lado da outra que completam o circuito realizado, e se apresentam com uma boa conservação, chamando atenção para os seus detalhes. Um prédio conservado e bem preservado, por certo de um valor maior desperta sua legibilidade e imagibilidade a qualquer passante.

Figura 37 Fernando machado com Cypriano

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5  CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

               O presente não é exaustivo e retira uma pena amostra, em registros fotográficos, deste espaço, deste trajeto feito a pé, a partir da Rua duque de Caxias.

               Os prédios fotografados, e aqui comentados fazem parte de uma estrutura da maior deste bairro e da Cidade em si, porém nos deixa uma amostra do que pode ser explorado nesta pequena parcela da cidade, como elementos arquitetônicos que marcaram uma época, por apresentar-se em conjunto com outras amostras arquitetônica, por evidenciar uma praça com relação própria com a comunidade e manter um edifício em seu interior.

               O prédio escolhido para relacionar alguns conceitos foi o Castelinho, um prédio que pó si só já se expressa com uma arquitetura chamativa e cheia de simbolismo, que é uma referencia de localização, e faz parte da história e do quotidiano da comunidade local.

A praça Gen. Osório e ainda conhecida por muitos como a Praça do Alto do Bronze, completa o espaço cultural e se teve esta como ponto central da parcela da cidade, escolhida para estudo.   

Outros olhares foram proporcionados, tais como a conservação dos prédios e o que o local preserva. Alguns prédios estão com suas fachadas visualmente bonitas, alguns com interveniência moderna, outros sem manutenção ou com reparos que transformam o original, mas consideramos que este trabalho não é exaustivo e conclusivo, apenas um pequeno registro desta parcela da Cidade, onde se pretendeu associar alguns conceitos de Arheim, Castriota, Hall e Lynch.

               

 

 

 


 

REFERÊNCIA

 

 

ARHEIM, Rudolf. Os símbolos através da dinâmica, in: A dinâmica da forma arquitectônica. Lisboa: Presença, i Ed. PA. 169-201, 1988.


CASTRIOTA, Leonardo. Inventários Urbanos como instrumentos de conservação, in: Patrimônio cultural: conceitos, políticas, instrumentos. São Paulo: Annablume. P.189-203, 2009.

FRANCO, Sérgio da Costa. Guia Histórico de Porto Alegre. Porto Alegre: Editora da Universidade (UFRGS)/Prefeitura Municipal, 1988 Secretaria Municipal do Meio Ambiente

HALL, Edward, linguagem do espaço, in: A dimensão oculta. São Paulo: Martins Fontes, p.115-140, 2005.

LYNCH, Kelvin. A imagem do ambiente, in: A imagem da cidade. São Paulo Martins Fontes, p 1-15, 1997.

 

ARQUIVOPOA, Castelinho do Alto da Bronze, 2009. Disponível em: http://arquivopoa.blogspot.com.br/2009/03/castelinho-do-alto-da-bronze.html. Acesso em: 27 mar. 2015.