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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA AO MUSEU JULIO DE CASTILHOS: Enfoque na documentação

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULclip_image002

FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO

CURSO DE MUSEOLOGIA

Rogerio Carlos Petrini de Almeida

RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA AO MUSEU JULIO DE CASTILHOS: Enfoque na documentação

Porto Alegre

2014

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Rogerio Carlos Petrini de Almeida

RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA AO MUSEU JULIO DE CASTILHOS: Enfoque na documentação

Trabalho acadêmico apresentado como requisito parcial para aprovação na Disciplina BIB03210, Sistema de Informação, ministrada pela Prof. Ana Celina Figueira da Silva e Vanessa Barrozo Teixeira, da Faculdade de Museologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Porto Alegre

2014

FIGURAS

Figura 1

Imagem dentro do arquivo

14

Figura2

Marcação em pedra

14

Figura 3

Marcação Definitiva em Pedra.

15

Figura 4

Anotação dos dois números

15

Figura 5

Etiqueta identificativa

16

Figura 6

Registro de Doações

16

     
     

SUMÁRIO

1

INTRODUÇÃO...............................................................................

5

2

CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA...........................................

6

2.1

Breve histórico doMuseu Julio de Castilhos

6

2.2

Estrutura organizacional

7

2.3

Missão

7

2.4

Exposição de Acervo

7

2.5

Metodologia empregada

8

3

OBJETIVOS DO TRABALHO.......................................................

9

3.1

Objetivo geral

9

3.2

Objetivos específicos

9

4

REFERENCIAL TEÓRICO............................................................

10

5

OBSERVAÇÕES SOBRE A DOCUMENTAÇÃO........................

12

5.1

Pontos fortes

12

5.2

Pontos fracos

12

5.3

Oportunidades

13

5.4

Ameaças

13

6

RESULTADOS DAS OBSERVAÇÕES REALIZADAS..............

14

7

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.......................................

18

 

REFERÊNCIAS..............................................................................

19

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo baseia-se na vista técnica realizada junto ao Museu Júlio de Castilhos descrevendo um pouco de sua trajetória e sua organização social, uma visita objetivando a conhecer os procedimentos empregados na da execução da documentação, atividade considerada essencial para um bom desenvolvimento das atividades do museu. A busca de pontos fortes e fracos é circunstancial quanto proposta e sugestão de melhorias no processo de documentação realizado pelo museu.

O trabalho realizado não é exaustivo, anota alguns conceitos e definições aplicados no campo da museologia da documentação. A visita realizada em grupo concentrou-se na apresentação das atividades realizada pelo museu, na visita em uma das salas de reserva técnica, na visualização de alguns objetos expostos, e na entrevista discursada pela historiadora responsável pelo museu. Entende-se que outros estudos e olhares devem sem benéficos para melhoramentos relativos ao processo de documentação deste museu.

2 CARACTERIZAÇÃO DO MUSEU

O Museu Júlio de Castilhos (MJC), objeto de nossos estudos está localizado na Rua Duque de Caxias, nºs 1231 e 1205, nesta Capital e recebeu nossa visita em 21 de novembro de 2014, no horário das 14h00 até 16h30 em que tivemos o acompanhamento da coordenadora de pesquisa a historiadora Jane Rocha de Mattos e recebemos as informações pertinentes ao processo de documentação, bem como acompanhou o grupo nas dependências da reserva técnica.

O Museu tem como mantenedora a Secretaria de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul (SEDAC), que abraça outras oito instituições do gênero.

2.1 Breve histórico do Museu Júlio de Castilhos

Primeira instituição museológica do Rio Grande do Sul foi criado pelo Decreto-lei n. 589, de 30 de janeiro de 1903, pelo Presidente do Estado, Antônio Augusto Borges de Medeiros, denominado “Museu do Estado”.

Em 1907, passou a chamar-se “Museu Júlio de Castilhos”, em homenagem a esse ex-presidente do Rio Grande do Sul, falecido em 1903.

Era tido como um gabinete de curiosidades, pois, reunia diversos acervos que abrangiam artefatos indígenas, peças históricas, obras de arte, coleções de zoologia, botânica e mineralogia.

Em 1905 integra a seu acervo a Coleção Barbedo, comprada neste ano.

1925 transfere para o arquivo público documentos relativos a história política, administrativa da então Capitania, que era o Rio Grande do Sul.

Em 1937 o acervo do Museu foi inscrito no livro Tombo de Belas Artes da Subsecretária do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Na década de 1950, o acervo é desmembrado dando origem a outras instituições:

- Museu da Fundação Zoobotânica,

- Museu de Arte Rio Grande do Sul (MARGS)

- Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul.

Passa a dedicar-se e ao acervo histórico de caráter regional baseado modo de vida, relações sociais de produção e história política do Rio Grande do Sul.

2.2 Estrutura organizacional

O Museu Júlio de Castilhos subordinado a Secretaria de Educação (SEDAC) e segue o regimento e diretrizes daquela instituição;

Seu diretor atual é Roberto Schmitt-Prym e possui uma estrutura de funcionamento no que segue:

Diretor

3 técnicos administrativos

2 técnicos de assuntos culturais

1 historiador, cedido

5 acadêmicos história e um de museologia

3 técnicos de plataforma.

Vigiliância

2.3 Missão

Embora não tenha plano museológico, e sua missão e visão não estejam devidamente estabelecidas, a Revista Museu publicou em sua coluna Em Foco, como missão do MJC:

Ao longo de um século de existência, o Museu Júlio de Castilhos vem promovendo a expressão das identidades culturais do povo rio-grandense, democratizando o acesso ao conhecimento e possibilitando a reflexão crítica em relação às questões relacionadas à história do Rio Grande do Sul e do Brasil. (REVISTAMUSEU, 2006).

2.4 Exposições de acervo

O acervo possui, hoje, 11.640 itens, divididos em 29 coleções: armaria, arquitetura, arreios, arte náutica, bandeiras, bibliografia, condecorações, documentos, escravatura, etnologia, filatelia, heráldica, iconografia, indumentária, instrumentos musicais, instrumentos de trabalho, máquinas, medalhas, missões, mobiliário, numismática, objetos decorativos, objetos de uso pessoal, regionalismo, sigilografia, tesserologia, utensílios domésticos e viaturas. Esse acervo está abrigado em duas Reservas Técnicas.

A exposição acontece nas seguintes salas;

Sala Missioneira: Expõem-se estátuas missioneiras do século XVIII, primeiras doações recebidas em 1903.

Gabinete de Júlio de Castilhos: exposição de mobiliário pertencente ao seu antigoquarto de dormir, gabinete de trabalho, mascara mortuária de Júlio de Castilhos.

Sala Indígena: Objetos culturais dos grupos indígenas que habitaram o Rio Grande do Sul.

Pátio dos Canhões Farroupilhas, integrado em 2003 aos espaços de exposição e remodelado em 2007. Exposição de canhões que pertenceram à esquadra de Giuseppe Garibaldi.

Revolução Farroupilha, exposição de peças ligadas ao conflito que ocorreu no século XIX no Estado.

2.5 Metodologia empregada

O relatório se baseia em uma pesquisa bibliográfica No que diz Gil (1989), a pesquisa bibliográfica está vinculada a materiais elaborados sobre o assunto e com exclusividade de seu uso na aplicação da análise. Neste estudo se utiliza a bibliografia de documentação, utilizada na disciplina do curso.

A principal etapa da pesquisa foi a observação realizada, de modo informal, onde se observou a marcação dos objetos aos registros e fichas catalográficas. A observação para Gil (1989, p. 104) “[...] é o uso dos sentidos com vista a adquirir os conhecimentos necessários para o cotidiano.” Como elemento fundamental da pesquisa será realizado a observação simples: o pesquisador, como espectador dos fatos que ocorrem e com a coleta de dados de forma informal que subsidiem o conhecimento da questão proposta no estudo. Além da observação anotaram-se algumas evidências durante a palestra realizada pela historiadora do Museu.

3 OBJETIVOS DO TRABALHO

A seguir ficam enumerados os objetivos gerais e específicos que balizam a condução deste projeto.

3.1 Objetivo geral

Apurar as práticas de documentação realizada pelo museu.

3.2 Objetivos específico

a) Verificar a prática de marcação nos objetos do acervo;

b) Verificar o emprego de normas sobre o uso dos termos usados na identificação do objeto;

c) Verificar a consistência e padronização dos registros no livro tombo;

d) Verificar os procedimentos de registro em sistema automatizado;

e) Verificar os procedimentos de aquisição e seus registros;

.

4 REFERENCIAL TEORICO

Para o desenvolvimento pleno deste relatório busca-se o apoio a ideologia de alguns autores, para que contribuam no alcance dos objetivos propostos.

A documentação museológica é uma das principais etapas do processo de musealização e segundo Ferrez (1994), se constitui em um “sistema de informação capaz de transformar as coleções dos museus em fontes de informação, em fontes de pesquisa científica ou em instrumentos de transmissão de conhecimentos”.

A documentação do acervo inicia com uma boa política de aquisição e segundo Camargo-Moro (1986) são formas de aquisições: a coleta de campo, a compra, doação, permuta e o legado. Ainda conforme Camargo e Moro (1986) a política deve abordar assuntos com relevância ao objeto e a missão do museu e estabelece alguns critérios para o estabelecimento da política de aquisição entre os quais referenciamos que dentro de um conjunto de objetos, cada um deve ser analisado individualmente e com esta significação entende-se que cada um deve ser revestido de uma documentação plena, observado-se os registros das aquisições: de inclusão no livro tombo, da marcação adequada, da escolha de um termo adequado, do registro em sistema automatizado.

Camargo e Moro (1986) coloca o Livro Diário como um livro informal, escrito de forma rápida, que anota as peças e as informações dela recebidas. Embora informal, se constitui uma ferramenta importante dentro do cotidiano do museu, por orientar e auxiliar pesquisa e identificação de objetos.

Outro elemento da documentação é o Livro Tombo, definido por Primo & Rebouças (1999, p.16) como “instrumento documental que permite o registro geral das informações referentes ao acervo permanente do museu, tendo como função principal a legitimação do acervo museológico da instituição na sua plenitude.” Também, chamado de Livro de Inventário conterá as folhas numeradas e rubricadas, que não podem ser arrancadas, devem responder as questões comum a todos os objetos, a página inicial deve constar o termo de abertura indicando o total de páginas.

Para Cândido (2006) as fichas de identificação são documentos únicos que trata individualmente cada objeto em seus aspectos históricos, estilísticos e descritivo.

A marcação do objeto é obrigatória, é o ato de numerar uma peça para sua posterior identificação com seus registros. A marcação pode ser provisória ou definitiva quando o objeto fará parte do acervo. Os métodos empregados podem variar devido a apresentação do objeto, em moedas se utiliza envelopes, em pequenas peças etiquetas, em outras peças a fixação do número por meio escrito, de maneira que não danifiquem a peça ou que comprometam a sua conservação e preservação. Para Camargo e Moro (p. 63, 1986):

[...] a marcação não é fácil, traz problemas de conservação e mesmo as mais perfeitas podem ser passíveis de retirada por especialistas. Mas apesar de tudo elas são obrigatórias e imprescindíveis. Não podemos cogitar um inventário sem marcação. No entanto a identificação perfeita não depende só delas, é preciso que haja documentação de grande precisão, profundidade e abrangência.

Com estas colocações é coerente colocar um uma marcação deve ser durável, de leitura legível e ser fixada de modo a ser acessível ao pesquisador ou corpo técnico.

O emprego de thesaurus é uma ferramenta importante na organização de conhecimentos e Souza (2008, p.120) se refere que o “Thesaurus - exercem papel de fundamental relevância como instrumentos de apoio aos profissionais de informação que atuam em sistemas de recuperação de documentos e aos usuários desses sistemas na busca de informação.” e que o thesaurus “apresenta-se como linguagem de indexação e recuperação de informação” (SOUZA, p. 121). As principais características do Thesaurus apontadas por Souza (2008, p.124) são: o controle de vocabulário; a interrelação temática entre termos de indexação; e a identificação de termos de maior e menor abrangência conceitual, o que nos leva a considerar sua a importância do uso de um thesaurus na classificação dos termos empregado no acervo.

Na área da museologia encontra-se o Thesarus para acervo museológico, elaborado por Helena Dott Ferrez e Maria Helena S. Bianchini, em 1987, que se refere ao thesaurus como “um conjunto de conceitos ordenados, de modo claro e livre de ambiguidades a partir de relações que pode ser definidas segundo sua função ou estrutura (p, XV)”. Criaram o thesaurus na área de museologia para tornar mais eficiente a recuperação das informações.

5 OBSERVAÇÕES SOBRE A DOCUMENTAÇÃO

Anota-se a seguir os pontos positivos e negativos dentro do que foi apresentado na palestra desenvolvida pela historiadora do museu e pelas observações na exposição do acervo, do material conservado em reserva técnica.

5.1 Pontos fortes

- A existência do Livro tombo;

- A existência de registro de doações;

- A catalogação do registro de toda a coleção;

- A existência de um sistema automatizado para registro do acervo;

- Marcação dos objetos;

- O reconhecimento da necessidade de uma melhoria no processo de documentação.

5.2 Pontos fracos

- Objetos sem etiquetagem;

- Objetos com marcação permanente;

- Fichas catalográficas sem datas;

- Perda de fichas catalográfica, no passado;

- Possibilidade de objetos sem ficha catalográfica;

- Perda de informação entre as trocas de governo;

- Livro Tombo, ficha catalográfica e sistema Donato, com informações dispares;

- Objetos marcados com duas numerações;

- Numeração sem registro ou sem correspondentes;

- Registro de duas numerações: número de ordem e número catalográfico;

- Não apresenta um trabalho de gestão de acervo;

- Objetos do acervo sem nenhuma pesquisa;

- Não há um emprego de gestão documental;

- Não há emprego de um thesaurus para nomeação do objeto do acervo;

- Não dispõe de política de aquisição;

- Livro Tombo, iniciado em 1962, décadas após a constituição do Museu;

- Não se utiliza de livro de registro diário;

- Equipe insuficiente.

5.3 Oportunidades

- Comprometimento do gestor público.

- Obtenção de projetos culturais destinados a gestão documental;

- Associação de amigos com interesse nos registros corretos do objeto;

- Adoção de uma política de acervo e documental;

- Automação dos registros;

- Visibilidade como museu mais antigo com seu acervo plenamente documentado.

5.4 Ameaças

- Alternância política no governo;

- Descontinuidade do corpo funcional com perda de conhecimento;

- Desinteresse político dos gestores públicos, no registro documental;

- Descontinuidade da documentação do acervo;

- Perda de investimento;

- Falta de uma política de aquisição.

6 RESULTADOS DAS OBSERVAÇÕES REALIZADAS

Os resultados aqui apresentados entrelaçam-se com os pontos fortes e pontos fracos, em uma amostragem que procura deixar claros os itens relevantes que foram apurados.

A figura um a seguir, nos deixa a percepção da falta de identificação e etiquetagem nos objetos, de forma clara e de fácil visualização como prática recomendado.

Figura 1: Imagem dentro do arquivo

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Fonte: Fotografia por Rogerio Almeida

As figuras dois e três adiante contemplam objetos em pedra em exposição no museu, e evidencia uma marcação definitiva, feita sobre o objeto de forma fixa e permanente, técnica não recomendada por interferir diretamente no material da peça.

Figura2: Marcação em pedra

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Fonte: Foto de Rogerio Almeida

Figura 3: Marcação Definitiva em Pedra.

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Fonte: Foto de Rogerio Almeida

A figura quatro a seguir mostra o apontamento das duas numerações utilizadas pelo museu o número de ordem e o número do inventário.

Figura 4: Anotação dos dois números

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Fonte: Foto de Rogerio Almeida

A figura cinco adiante ilustra uma identificação da documentação através da colagem de uma etiqueta no envelope onde se encontra o objeto.

Figura 5: Etiqueta identificativa

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Fonte: Foto de Rogerio Almeida

A figura seis contempla um registro de doações recebidas pelo museu, toda a doação incorporada no acervo do museu tem um registro de doação e este documento também serve de base para identificação do tipo de objeto e como suporte na escolha do termo a ser utilizado.

Figura 6: Registro de Doações

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Fonte: Foto de Rogerio Almeida

Algumas observações não ficaram registradas em fotos, porém passamos a descrevê-las por se entender que são relevantes.

Inicialmente ficou constatado através do dialogo da historiadora responsável, que a instituição não possui uma política de aquisição e que o recebimento de doações fica a cargo da diretoria, abrindo possibilidades de não se ter uma documentação adequada do objeto recebido em doação.

No discurso da apresentação, também ficou claro que para a determinação dos termos empregados não é utilizado um Thesaurus específico, e que se utilizam da descrição do livro tombo, da ficha catalográfica e da documentação de registro da doação para identificação do termo mais apropriado a ser empregado ao objeto.

Outro item que ficou evidenciado é a criação do livro tombo somente em 1962, após 59 anos da fundação do museu, organizado por coleção e constando duas numerações uma catalográfica por coleções e outra um número de ordem, não ficando claro seu entendimento em um primeiro momento.

Da apresentação resultou o entendimento que há um emprego permanente de uma gestão de acervo e documental, variando ao longo dos anos, de gestão administrativa, que a maioria dos objetos não são pesquisados, inclusive existindo alguns objetos com ausência de ficha catalográfica.

7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Observa-se que O Museu Júlio de Castilhos sofre com as ações administrativas provocadas pela alternância do governo, que nem sempre valoriza ou mantém a mesma política a ser aplicada na área de cultura, em especial a estes espaços constituídos pelos museus.

A falta de uma aplicação de política de aquisição de acervo e gestão documental, própria ou de propriedade de sua mantenedora, órgão governamental, surge como recomendação para que os registros documentais tenham um prosseguimento padronizado.

A descontinuidade do corpo funcional, em especial o formado por estagiário, também implica em falta de continuidade de conhecimento e de sistemática de serviço que se interrompe ou se reinicia a cada nova substituição. Não desprezando a utilização de estagiário, que revitaliza o serviço, é recomendado que o corpo funcional estivesse composto por, pelo menos, um museólogo permanente, um historiador um técnico conservador e uma equipe administrativa voltada as atividades do museu.

No que se observa a respeito dos registros e as práticas empregadas, entende-se e recomenda-se que sejam empregados os métodos conhecidos de registro de documentos para a área, adoção de numeração única, marcação padronizada e que não interfira no objeto, por oportuno se recomenda a elaboração de um manual contendo tais regras, com finalidade de continuação das práticas a respeito desta atividade.

O emprego de thesaurus da área de museologia é outra recomendação pertinente em virtude de ser uma ferramenta importante da escolha de um temo correto para a identificação do objeto, além do que tal instrumento está disponível na internet.

Pela evidencia apresentada no discurso quanto à existência de objetos de doação a serem catalogados, de fichas catalográficas extraviadas, recomenda-se um levantamento do acervo ao final de cada nova gestão de governo.

É conclusivo que a atuação de um corpo funcional permanente, com suas atribuições qualificadas é de vital importância para o prosseguimento de uma boa documentação, bem como a adoção de política de aquisição do acervo, seja um fator que prepondere com continuidade, para que o acervo seja pertinente a missão proposta do museu.

REFERÊNCIA

CAMARGO-MORO, Fernanda. Museus: aquisição / documentação. Rio de Janeiro: Livraria Eça Editora, 1986.

CÂNDIDO, Maria Inez. Documentação Museológica. In: Caderno de diretrizes museológicas I. Brasília: Ministério da Cultura / Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/ Departamento de Museus e Centros Culturais, Belo Horizonte: Secretaria de Estado da Cultura/ Superintendência de Museus, 2006.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Museu Julio de Castilhos. Disponível em: <http://museujuliodecastilhos.blogspot.com.br/p/equipe.html>. Acesso em 21/11/2014.

FERREZ, Helena D. Documentação museológica: teoria para uma boa prática. In: IPHAN. Estudos Museológicos. Rio de Janeiro, 1994.

FERREZ, Helena Dodd; BIANCHINI, Maria Helena S. Thesaurus para acervos museológicos. 1º vol. Rio de Janeiro: Fundação Nacional Pró-Memória, 1987.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 2. ed. São Paulo: Atlas. 1989. 206 p.

PRIMO, Judite; REBOUÇAS, Daniella. Documentação museológica em um museu local: algumas considerações. Cadernos de Sociomuseologia, nº 14, 1999.

REVISTA MUSEU. Museu Júlio de Castilhos: um século contando a história gaúcha. Reportagem. Postado em 12 de março de 2006. Disponível em <http://www.revistamuseu.com.br/emfoco/emfoco.asp?id=7746> Acesso em: 22 nov. 2014.

SOUZA, Rosali Fernandez de. Thesaurus como linguagem de representação em informação. In: GRANATO, Marcus; SANTOS, Claudia Penha dos; LOUREIRO, Maria Lucia N.M. Documentação em Museus. Rio de Janeiro: MAST, 2008.

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