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sexta-feira, 3 de julho de 2015

Quando o Museu abre as portas: o reencontro com o humano no Museu contemporâneo - Introdução: Árvores, florestas e jardins - resenha

RESENHA

Quando o Museu abre as portas: o reencontro com o humano no Museu contemporâneo - Introdução: Árvores, florestas e jardins

 

Rogerio Carlos Petrini de Almeida[1]

 

Bruno Cesár Brulon Soares: Bacharel em Museologia (2006), licenciado e Bacharel em História (2011) pela UNIRIO, Mestre em Museologia e Patrimônio – UNIRIO – (2008), Dr. Pelo programa de Pós – Graduação em Antropologia - UFF (2012), Prof. Curso de Museologia da UNIRIO. Vice Presidente do ICOFOM (2013), membro do corpo editorial das revistas Musear, Jovem Museologia e Museology and Cultural Heritage.

 

Palavras-chave: Museus. Museologia. Conceitos.

O autor em sua dissertação de mestrado, na parte introdutória inicia narrando sua experiência museológica o corrida no Palácio de Versailhes, França, quando projeta o passado tentando reconstruir o fluxo de pessoas no lugar, os fatos e o ambiente tal como era. Na companhia do pai, lhe indaga a condição de que havia sido roubado os pertences do rei, numa alusão dos objetos não se encontrarem na mesma situação, vista em visita anterior. Reflete que o Museu se move de acordo com as pessoas que o constroem e que o visitam. Seus pensamentos se lançam pela janela, sobre os jardins, observando os detalhes, na busca de reconstruir um passado pelas plantas que imitam o passado, numa continua renovação. Busca ver além dos jardins, no entorno, como se comportava os habitantes,e neste contexto de jardins e museus reflete a “possibilidade de se perceber a preservação de memória, processo inacabado, sem qualquer encenação ou inverdade.” (p.2). Árvores, novas ou velhas, descendentes [...]. Pauta a ideia de Hugues de Varine tema sobre a morte e vida fundamentais a existência humana e do fazer museu a instância em todas as relações com o real. Recai na preocupação pela forma da vida, trazida pelos ecomuseus. Referencia Riviére como responsável pelo pensar ecomuseus como museus aberto a população, traçando a trajetória de Riviére, da procedência ligada ao meio rural até a atuação junto ao ICOM. Sintetiza os principais acontecimentos na evolução dos museus chegando a 1972 na Mesa Redonda de Santiago do Chile, pautada na discussão da atuação dos Museus da América Latina, da tipologia do Novo Museu, da Nova Museologia, ligada as aspirações da comunidade e do social, para chegar a pergunta: “o que muda na noção de Museu com as novas experiências museológicas e o movimento intitulado Nova Museologia. Quanto deste complexo cenário de mudanças está presente na percepção do Museu atual?” (p.6). Discorre sobre o “Real”, que já não é percebido como um todo, mas múltiplo. Uma nova concepção do real, argumentada pela ideologia de outros filósofos. Considera que o fundamento ontológico da Museologia é a percepção do real. Real diferente, expresso por cada sociedade, que determina a cada uma, uma nova concepção de Museu. O autor chega ao objetivo geral de sua dissertação colocando-o como: “analisar alguns conceitos que definiram, ao longo do tempo, o Museu e os seus desdobramentos na modernidade e pós-modernidade” (p.11), com os objetivos específicos de: “Trabalhar termos e conceitos que definem o fenômeno Museu e suas representações, partindo da origem mítica para chegar ao que se poderia reconhecer como Novo Museu; abordar comparativamente alguns dos principais documentos museológicos que tratam da Nova Museologia e do patrimônio integral; Analisar o desenvolvimento das experiências de museus ao longo do período moderno, para começar a compreender uma fenomenologia do Museu.” (p.11). Com base na fundamentação teórica segue as hipóteses: “O fenômeno museu só é possível de existir como experiência inerente ao indivíduo, e, portanto, é humano em sua essência; o Museu é uma instância mediática da relação do humano com a realidade, sendo ele o ponto de partida para a preservação do patrimônio; a face social do Museu deve estar presente em todas as suas tipologias de forma que todo museu corresponda às necessidades da(s) comunidade(s) a que serve.” Apresenta metáforas utilizando os quatro elementos da natureza para conduzir o conteúdo dos capítulos do trabalho. Água – movimento: desenvolvimento dos museus e a relação humana com o real. Terra- reencontro: relação humana com o território. Fogo –Mescla: hibridismo e espaço de encontro das diferenças. Ar – intangível: tudo que não se pode tocar; a memória. O autor volta a pensar sobre o olhar da janela para o jardim para fora, com a concepção de que primeiro deve-se recair o olhar para dentro de si apontando como desafio dos Museus.

 Corroboramos com o autor, que o olhar para fora, seja por uma janela, pode reverter-se em uma apreciação de si mesmo, permitindo um olhar mais distante. As relações humanas diante do real, as experiências obtidas em um Museu provocam mudanças, cujas transformações conduzem a novos horizontes, a exemplo do autor cuja experiência museológica o levou a chegar nesta dissertação.

 

REFERÊNCIA

SOARES, Bruno C. Brulon. Introdução: Árvores, florestas e jardins. In. Quando o Museu abre portas e janelas. O reencontro com o humano no Museu contemporâneo. 2008. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio, UNIRIO/MAST, Rio de Janeiro, 2008. p. 1-13.



[1] Aluno do Curso de Museologia – FABICO / UFRGS. Trabalho realizado como pré-requisito para avaliação parcial da disciplina Teoria Museológica (BIB03239), ministrada pela Professora Ana Carolina Gelmini de Faria. Porto Alegre, jun. de 2015. E-mail: rogériopetrini@gmail.com.

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