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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

TESAURO EM DEFINIÇÕES

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação

Departamento de Ciências da Informação

Curso de Biblioteconomia

 

 

TESAURO EM DEFINIÇÕES

 

Rogério Carlos Petrini de Almeida[1]

 

1 INTRODUÇÃO

O presente texto se destina a relacionar as várias definições encontradas a respeito de tesauro, para se ter uma melhor compreensão do sentido e do que realmente trata este assunto.

Para se reunir as diversas definições utilizaram-se material fornecido em aula e efetuou-se uma série de pesquisa na internet através de motores de busca que contribuíram para a relação das definições agora vistas. 

Não se tem como finalidade exaurir todo o assunto, mas apenas reunir um número significativo de definições para proporcionar uma visão mais alargada desse termo que por vezes se projeta em outros sinônimos e que vem adquirindo substancial importância no âmbito da ciência da informação.

 

2 DEFINIÇÕES DE TESAUROS

Antes de relacionar algumas definições de tesauro entende-se que a etimologia da palavra é importante para o entendimento deste termo, e, segundo Curras (2007), tem-se que: “vem da romanização da expressão grega que significa, precisamente, tesouro, armazém de algo valioso”. Tesauro, substantivo masculino originária do latim – thesaurus.

Definição segundo:

 Shorter Oxford Dicionary de 1736: “[ . . . ] um tesauro, ou armazém de conhecimento; por exemplo, um dicionário, uma enciclopédia e outras obras semelhantes.”

Webster’s American Dicionary : “ [ . . . ] um livro de palavras, ou informação, sobre um tema particular, ou conjunto de conceitos, especialmente um dicionário de sinônimos.”

Thesaurus of Englisch Words and Phases, de Peter Mark Roget, 1852 : “ [ … ] uma coleção de palavras e frases ordenadas,  não em ordem alfabética, como estão num dicionário, mas de acordo com as idéias que representam. Isso quer dizer que se tem a idéia, e tem que se buscar a palavra, ou palavras, que se ajustem mais exatamente a essa idéia.”

Howerton , no início da década de 1950 : “ [ . . .] uma lista autorizada, que pode conduzir o usuário de um conceito a outro, por meio de relações heurísticas ou intuitivas. A lista pode ser usada manual ou mecanicamente para atribuir  cabeçalhos de indexação.”

Workin Conference on Classification, Helen Brown, 1957 : “ [ . . . ] o problema o problema da recuperação da informação é transformar conceitos e suas relações, como se expressam na linguagem dos documentos, numa linguagem mais regulamentada, com sinônimos controlados e suas estruturas sintáticas simplificadas.”

A.Gilgrist escreve em 1994: “ [ . . . ] uma lista autorizada de léxicos, sem notação, que difere de uma lista de cabeçalhos de assuntos, na qual as unidades léxicas, sendo menores, são mais fáceis de manipular e se utilizam na indexação coordenada.”

A.Gilgrist escreve em 2000: “[ . . . ] é o vocabulário de uma linguagem de indexação controlada, de forma que a priori, as relações entre conceitos se tornam explicitas, para ser usada nos sistemas de recuperação da informação, pulando do catálogo de fichas a internet.”

G. Wersig: “ [ . . . ] listas de termos prefixados com anterioridade, mas extraídos do texto dos documentos, em que os conceitos se desdobram em unidades simples. Estas se coordenam posteriormente, para evitar ambigüidades. Entre elas se estabelecem relações hierárquicas, associativas e de equivalência.”

Emilia Curras: “[ . . . ] vocabulário especializado, em que as palavras que compõem estão relacionadas entre si semântica e sintaticamente.”

UNESCO 1976: “[ . . . ] são um instrumento de controle terminológico, usado para transferir os descritores, da linguagem natural dos documentos, para um sistema lingüístico.”, isto visto por sua função e, pela estrutura que apresenta “ [ . . . ] são vocabulários controlados e dinâmicos de termos relacionados semântica e genericamente, que cobrem um domínio específico de conhecimento.”

B.Long, em 1980 diz: “é um conjunto semiológico utilizado como sistema de classificação, onde as unidades classificatórias formam conjuntos de morfemas, ligados por relações de tipo paradigmático, a partir das quais se constroem diferentes classes. Esses morfemas utilizam relações de tipo sintático para que os termos tenham uma representação documentária. O importante não são os documentos,mas as relações dos temas. Essa tarefa a realiza o indexador.”

Terminology Manual, Helmut Felber, 1984 consiste em: “ “ [ . . . ] elementos  - dados terminológicos  - que, que por um lado ajudam a controlar uma linguagem de indexação específica e que, por outro lado, indicam as relações entre conceitos.”

 ISO 2788 (1986): “ um vocabulário de uma linguagem de indexação controlada.”

Manual de investigação bibliográfica y documental: Teoria y practica – J. A. Cordan, J. L. Lopez Lucas e J. R. Varquero (2001): “[ . . .] do ponto de vista funcional, é um instrumento de controle terminológico, utilizado para transformar a linguagem utilizada nos documentos, numa linguagem mais estrita.”

A lista de definições apresentada até este ponto foi extraída da obra de Emilia Currás (2007).

BVS – Biblioteca Virtual da Saúde (2010): “Vocabulário estruturado que aponta os relacionamentos hierárquicos, associativos ou de preferência dos termos (descritores). Ver também Vocabulário controlado.

EUBCA - Diccionario de Organización y Representación del Conocimiento.  Clasificación, Indización, Terminología (2010): “Tipo de lenguaje documental que se integra con términos analizados y normalizados que guardan entre sí relaciones semánticas y funcionales. El tesauro se organiza bajo fuerte control terminológico, con objeto de proporcionar un instrumento idóneo para el almacenamiento y la recuperación de la información en áreas especializadas. Puede ser monolingüe, monolingüe con equivalencias o multilingüe, conforme a la cobertura idiomática que proponga. En ciertos casos, agrega una notación. // 2. Repertorio que inventaría, con la aspiración de exhaustividad, el conjunto de unidades léxicas de una lengua. Se diferencia del diccionario general de una lengua en que recopila diacrónicamente y sin criterios de selectividad.”

Supremo Tribunal Federal, do Brasil, (2010).  “É um tipo de vocabulário controlado utilizado por pessoas que compartilham uma mesma linguagem em dada área de conhecimento. É uma ferramenta de controle terminológico que tem por objetivo a padronização da informação.”

Wikipedia (2010): “Tesauro, também conhecido como dicionário de ideias afins, é uma lista de palavras com significados semelhantes, dentro de um domínio específico de conhecimento. Por definição, um tesauro é restrito. Não deve ser encarado simplesmente como uma lista de sinônimos, pois o objetivo do tesauro é justamente mostrar as diferenças mínimas entre as palavras e ajudar o escritor a escolher a palavra exata. Tesauros não incluem definições, pelo menos muito detalhadas, acerca de vocábulos, uma vez que essa tarefa é da competência de dicionários.”

 

3 COMENTÁRIOS FINAIS

 O que se observa pelas definições relacionadas é que vem se abarcando as modernizações tecnológicas evoluídas pelo tempo dentro das definições,  que além de acompanhar as mudanças  provocadas pelo processo evolutivo tenta incorporar  ou abranger  processos classificatórios,  e de concentrações de idéias ao redor dos termos que formaram o glossário.

 Vê-se que as definições evoluíram provocadas pelos estudos que despertam a formação de tesauros, e, segundo alguns autores tem-se a revelação de que o tesauro é um produto dentro de uma especialidade que fica inacabado, aguardando sempre a inclusão de novos termos e significados ao redor deste.

 O que se pode concluir é que os tesauros dentro de suas especificidades que lhe são originais, é um processo em evolução que assume novos horizontes visto os avanços das tecnologias de informação, disseminação da informação e em relação a incessante busca de se recuperar informações desejada pelo usuário com uma precisão e abrangência que expresse segurança no resultado obtido.

 

REFERÊNCIA

 

BVS ( Biblioteca Virtual da Saúde). Tesauro. Disponível em: http://bvsmodelo.bvsalud.org/php/level.php?lang=pt&component=16&item=182. Acesso em: 15 dez. 2010

EUBCA. Tesauro. Disponível em:  http://www.eubca.edu.uy/diccionario/letra_t.htm. Acesso em: 15 dez. 2010.

 CURRAS, Emília. Ontologias, Taxonomia e Tesauros em teoria de sistemas e sistemáticas. Rio de Janeiro. Thesaurus, 2007, p 81-113.

STF. Tesauro . Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/pesquisarVocabularioJuridico.asp Acesso em: 15 dez. 2010.

WIKIPEDIA. Tesauro. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tesauro. Acesso em: 15 dez. 2010.

 



[1]     Aluno do Curso de Biblioteconomia – FABICO / UFRGS. Trabalho realizado como pré-requisito para avaliação da disciplina de Introdução a terminologia (BIB03044), ministrada pela Professora Rita Lampelt. Porto Alegre, dez. de 2010. E-mail: rogério_petrini@hotmail.com. Blog: http://rogeriopetrinialmeida.blogspot.com/

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