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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Teoria Museológica: Waldisa Russio e as Correntes internacionais – resenha

RESENHA
Teoria Museológica: Waldisa Russio e as Correntes internacionais

Rogerio Carlos Petrini de Almeida[1]

Manuelina Maria Duarte Cândido : possui graduação em História pela Universidade Estadual do Ceará (1997), especialização em Museologia pela Universidade de São Paulo (2000), mestrado em Arqueologia pela Universidade de São Paulo (2004) e doutorado em Museologia pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (2012, Lisboa - Portugal). Professora Adjunta I da Universidade Federal de Goiás (UFG), do curso de Museologia[2].

Palavras chaves: Museologia. Museus. Fato museal.
             
A autora observa as duas revoluções por que passou a museologia segundo o autor Peter van Mensch, sendo a primeira no final do século XIX, considerada a era dos museus, que trouxe para este âmbito novos elementos como a organização profissional a ética e transformações nas exposições e que o século XX revolucionou o universo dos museus com a participação da América latina, com a criação de órgãos internacionais de museus, com a criação de uma nova museologia , que passa do foco das coleções para o foco das funções com o museu integral, com maior participação e inclusão da comunidade.
Comenta a influência da mesa redonda de Santiago do Chile em 1972, e com a participação de Waldisa Rússio que revisa pontos fundamentais da trajetória dos museus afirmando que podem ser deflagradores de utopias que se apoia nas ideias de Varine-Bohan de que a mensagem contida nos objetos transite para seu receptor natural o homem e que os museus devem existir para as pessoas.
Há uma crítica sobre a administração dos museus paulistas, universitários e particulares, que consideram autocráticas, personalistas e centralizadas, como ação restritiva dos museus para suas comunidades, onde o Estado se sente dono do acervo patrimonial. Rússio, também, aborda a ineficácia da formação em Museologia de uma autonomia orçamentária de autossustentação parcial de modelo jurídico mais flexível. Transita pela produção escassa de artigos e literatura sobre o campo do museu no Brasil. Russio em suas conclusões caracteriza a proposta de museu como memória de lutas e argumenta pela adequação da linguagem tridimencional dos objetos para narrar o processo – museu processo um museu de homens, com discurso questionador. Argumenta o objeto de estudo da museologia como o fato museal – uma relação profunda entre o homem, sujeito que conhece, e o objeto, testemunho da realidade, em um cenário institucionalizado, o museu.Entra nesta abordagem o novo museu, o museu conceituado por Varine de ecomuseu o museu cujo os atores são a população, o patrimônio e o território, comparado com o museu tradicional que tem seus atores no público, na coleção e no edifício. Passando por uma abordagem de Ana Evres, de que a Museologia vem sempre se baseando na definição veiculada ao homem, ao objeto e ao espaço de onde partem as relações.
Ainda a autora refere-se a colocação de Peter van Mensch que as tendências do  pensamento museológica internacional,  ocorrem  pelo estudo da finalidade e organização dos museus, pelo estudo da implementação e integração das atividades dos museus, pelo estudo dos objetos museológicos e da musealidade, associada a informação contidas nos objetos e em seu processo de emissão e pelo estudo de uma relação específica entre o homem e a realidade,tendo sua preferência por esta última colocação. Este último pensamento museológico, o fato museal , segundo a autora refletiu de forma ainda branda pela língua portuguesa em que foi divulgado, pela pouca penetração no meio mundial dos projetos e publicações brasileiras.
Colocamos-nos numa posição defensora do fato museal, como objeto da museologia, numa tradução mais visionária da relação homem/objeto e sua representação e acreditamos que na atualidade a língua deixa de ser uma barreira, e se percebe que é crescente os trabalhos literários e acadêmicos no campo da Museologia no Brasil.
 


REFERÊNCIA

CÂNDIDO, Manuelina Maria Duarte. Teoria museológica: Waldisa Rússio e as correntes internacionais. In: BRUNO, Maria Cristina Oliveira (org.). Waldisa Rússio Camargo Guarnieri: textos e contextos de uma trajetória profissional. Vol.2, 1.ed., São Paulo: Pinacoteca do Estado; Secretaria de Estado de Cultura; Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus, 2010. p. 145-154.


[1] Aluno do Curso de Museologia – FABICO / UFRGS. Trabalho realizado como pré-requisito para avaliação parcial da disciplina Teoria Museológica (BIB03239), ministrada pela Professora Ana Carolina Gelmini de Faria. Porto Alegre, mar. de 2015. E-mail: rogériopetrini@gmail.com. Consta no blog pessoal.
[2] Fonte: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4776504Y5

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