Pesquisar neste blog

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

INFLAÇÃO NO BRASIL: FATORES DETERMINANTES E PRINCIPAIS ÍNDICES

INFLAÇÃO NO BRASIL: FATORES DETERMINANTES E PRINCIPAIS ÍNDICES


Rogerio Carlos Petrini de Almeida

Prof. Juliano Machado de Magalhães

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Tecnologia em Processos Gerenciais (Turma 2831) – Matemática Financeira
23/08/07

RESUMO

Com base em artigos extraídos da Internet, vimos que a inflação faz parte de nossa história, de nossa vida diária. Entender seu significado, como é medida e os seus indicadores, nos leva a conclusão que há uma tendência na sua manutenção em patamares que permitam um controle do desenvolvimento econômico e manutenção do poder de compra dos trabalhadores.

Palavras-chave: Inflação; índices; indicadores.


1 INTRODUÇÃO


A inflação um tema sempre discutido e lembrado por qualquer brasileiro.

Temos presente em nossas lembranças o sentido desta palavra, pois, em diversos momentos de nossa vida nos deparamos com esse termo, seja em aulas de história, economia e no cotidiano, numa simples ida as compras - “subiu, está muito caro para comprar - este ou aquele produto - neste ou no próximo mês”.

Ver o significado de inflação, principais causas e índices inflacionários no Brasil é objeto do presente texto, para isto utilizou-se a pesquisa do assunto na Internet.


2 O QUE É INFLAÇÃO

O termo inflação relacionado a ciências econômicas pode ser evidenciado como o “desequilíbrio monetário, ocasionado pela perda do poder de compra da moeda, devido ao aumento geral e desordenado dos preços de uma economia” (INVESTSCHOP, 2007). Existem vários entendimentos para a palavra, que segundo o dicionário Aurélio é “a alta generalizada de preço” e segundo dicionário Michaelis é “emissão excessiva de papel moeda, provocando a redução do valor real de uma moeda em relação a determinado padrão monetário estável ou ao ouro”.

Embora vários entendimentos sobre a palavra o povo brasileiro tem uma grande noção sobre o seu significado, pois, passou em vários anos um intensivo processo inflacionário, e sabe, que em resumo significa: a redução de seus poder aquisitivo; a redução do valor de seu dinheiro.

3 FATORES DETERMINANTES DA INFLAÇÃO

As causas que determinam a inflação são diversas, mas normalmente resultam na emissão de lastros de moeda (emissão de dinheiro para pagar dívidas, sem que tenha ocorrido aumento de atividade econômica) e reajuste de câmbio (desvalorização da moeda em relação à outra mais forte).

No Brasil, em primeiro lugar, vem os gastos sociais do governo, que se resumem em: pagamentos dos servidores; despesas de consumo; os subsídios; as aposentadorias do INSS e os investimentos. Em segundo lugar o salário mínimo e em terceiro lugar as taxas de câmbio (que fomentam a produção brasileira). Estes dados mostram que existe inflação no Brasil porque o governo não consegue conter os gastos sociais. Porém conter ou eliminar a inflação com congelamento no avanço destes itens significaria a paralização da economia do país (LIMA, 2007).

A estabilidade monetária é perseguida pelo governo, pois preserva o poder de compra dos trabalhadores e mantém a credibilidade da economia do país, gerando confiança nos investidores. Para manter esta credibilidade o Banco Central estabelece metas, que são taxas previstas para um período inflacionário de um ano. O controle e a contenção inflacionária é feito por elevação dos juros, que estabiliza os preços. Assim, quanto maior é a taxa, menos dinheiro circula, o que diminui a capacidade de compra e retém a inflação ( LAVIOLA, M. C. apud ESCUDERO; BARTIE, 2007).


4 TIPO DE INFLAÇÃO

Em uma economia temos basicamente três tipos de inflação: de demanda; de custos e estrutural, que de certa forma se relacionam com a estrutura de mercado existente – monopolista, oligopolista, etc.

Arrolamos a seguir os três tipos.


4.1 INFLAÇÃO DE DEMANDA

A inflação de demanda é acarretada basicamente quando há excesso de demanda agregada em relação à produção disponível. No caso a produção de um produto é insuficiente para atender o que o mercado está consumindo (BRASILESCOLA, 2007).


4.2 INFLAÇÃO DE CUSTOS

Segundo a visão do Prof Paulo Cesar ribeiro (2007), este tipo de inflação se caracteriza basicamente por um aumento dos custos de determinados componentes do produto, tais como: matéria prima, salários, impostos, combustível, etc. O aumento dos custos provoca a retração da produção fazendo com que os preços de mercado aumentem o que significa que o nível de demanda permanece igual e apenas o custo sofre majoração. É uma inflação associada à oferta e a estrutura de mercado oligopolizado, por exemplo.


4.3 INFLAÇÃO ESTRUTURAL

Se relacionada com a ineficiência de serviços fornecidos pela infra-estrutura de uma determinada economia. Ineficiência que eleva os custos dos serviços prestados pelo governo, acarretando dessa maneira um aumento dos custos de produção e conseqüentemente o aumento dos preços das mercadorias no mercado. Estradas, portos, aeroportos, sistema de comunicação etc, se em condições precárias interferem nos custos e preços dos produtos (RIBEIRO, 2007).

5 ÍNDICES QUE MEDEM A INFLAÇÃO NO BRASIL

Os cálculos da maioria dos índices de inflação no Brasil e no mundo são baseados na soma da variação de valores de uma cesta de produtos essenciais ou de consumo para o ser humano, tem uma quantidade supostamente fixa durante um determinado período [Índices de Laspeyres] e pode ser divulgado em prévias semanais ou taxas fechadas mensais, conforme a periodicidade pretendida. Existem indicadores que são calculados com uma média ponderada, ou seja, alguns dos itens da cesta básica têm pesos maiores que os outros. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) identifica um dos índices ponderado (ESCUDERO; BERTIÉ, 2007).

Os principais órgãos responsáveis pelo cálculo da inflação no Brasil são:

- Fundação Getúlio Vargas (FGV);
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);
- Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e
- Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Socioeconômicos (Dieese).


5.1 PRINCIPAIS ÍNDICES NO BRASIL

Comentamos cada índice conforme a visão de Camila Escudero e Elisa Bartié (2007).

5.1.1 O Índice geral de preços do mercado - IGP-M
É coletado entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês vigente, com divulgação sempre por volta do dia 30. Todo o mês, são feitas três apurações, que resultam em duas prévias e um resultado fechado do período. A taxa leva em consideração os três indicadores básicos da FGV: IPA, IPC e INCC. É calculado pela FGV

5.1.2 O Índice de preços no atacado IPA
Serve como base para três indicadores da FGV, considera a variação dos preços no mercado atacadista. A taxa é medida em Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. É calculado pela FGV.

5.1.3 O Índice de preços ao consumidor - IPC
Mede a inflação para famílias com rendimentos entre um e 33 salários mínimos. O indicador é calculado em Salvador, Fortaleza, Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Brasília, Goiânia, Curitiba, Porto Alegre, Belém, Recife e Belo Horizonte. É calculado pela FGV.

5.1.4 O Índice nacional do custo da construção - INCC
Mede a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços atualizados pelo setor de construção civil, apurado com base no mercado da cidade de São Paulo - SP. É calculado pela FGV.

5.1.5 Índice geral de preços - Disponibilidade Interna IGP-DI
A taxa, que também considera os três índices básicos da FGV, mede os preços que afetam diretamente a atividade econômica do país, excluindo as exportações. A coleta de dados é feita sempre do primeiro ao último dia do mês. É calculado pela FGV

5.1.6 Índice geral de preços - IGP-10
É outra variação do Índice Geral de Preços ao Mercado, com a de coleta de dados feita entre os dias 10 e 11 de cada mês. É calculado pela FGV

5.1.7 Índice de preços ao consumidor ampliado – IPCA.
O indicador mede a variação nos preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias com rendas entre um e 40 salários mínimos. O período de coleta de preços vai do 1º ao último dia do mês corrente e é divulgado aproximadamente após o período de oito dias úteis. A taxa é calculada nas regiões metropolitanas do Rio, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, S.Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e de Goiânia. É apurado pelo IBGE.

5.1.8 Índice nacional de preços ao consumidor – INPC.
O indicador mede a variação nos preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias com rendas entre um e oito salários mínimos. O período de coleta de preços vai do primeiro ao último dia do mês corrente e é divulgado aproximadamente após o período de oito dias úteis. A taxa é calculada nas regiões metropolitanas do Rio, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e do município de Goiânia. É apurado pelo IBGE.

5.1.9 Índice de preços ao consumidor do município de São Paulo - IPC

O índice, calculado semanalmente, mede o custo de vida de famílias com rendas de dois a seis salários mínimos. O indicador traz a variação de preços das quatro semanas anteriores à data de divulgação. Apurado pela Fipe.

5.1.10 Índice de custo de vida - ICV.

A taxa é medida entre os grupos de três classes de renda: um a três salários mínimos; um a cinco salários mínimos; e um a 30 salários mínimos. A taxa, medida mensalmente, difere das outros por incluir, além dos itens essenciais, os gastos com recreação, comunicação, cultura e lazer. DIEESE.

Observa-se que os indicadores se baseiam no preço de uma cesta de produtos, com quantidades supostamente fixa [definição para o índice de Laspeyres], voltando-se ao custo de produção (IPC-FGV), custo de reprodução de vida social (IPCA-IBGE), custo no atacado (IPA-FGV), etc., vinculados a necessidades médias das famílias e uma faixa de renda medida em salários mínimos, como o é caso do INPC-IBGE, que utiliza a faixa de 1 a 8 salários mínimos (COSTA, 2007).

Grande parte do mercado financeiro prefere confiar no IGP-FGV, que fica na média ponderada dos índices IPC-FGV; IPA-FGV e INCC-FGV. Estes e os demais índices recebem plena atenção da imprensa e são divulgados em todos os principais jornais e televisão do país (COSTA, 2007).

6 INFLAÇÃO NOS DIAS DE HOJE


Os indicadores inflacionários, no mês de julho de 2007, se encontram nos seguintes números: IGP-M(FGV) 0,28% com acumulado de 4,00% em 12 meses; INPC(IBGE) 0,24% com acumulado de 4,19% em 12 meses; IPC-SP(FIPE) 0,27%, com acumulado em 4,94% em 12 meses e ICV_SP(DIEESE) -0,30% e acumulado de 4,33% (JORNAL DO COMERCIO,2007).

Meta de inflação do governo fixada pelo Conselho Monetário nacional - CMN foi fixada em 4,5%, para 2007 e segundo relatório de inflação de 06.2007, do Banco Central do Brasil, a projeção para o acumulado nos 12 meses de 2007, ficará em 3,5%, o que evidencia estar dentro da previsão visto a variação de 2 pontos percentuais a serem considerados. A política do governo para 2008 e 2009 é de manter o índice de 4,5%.


7 CONCLUSÃO

É histórica a preocupação com a inflação e com a confiança nos cálculos dos medidores deste acompanhamento de tendência de mercado, pois significa a redução do poder aquisitivo da população, afeta a economia de um país e seu desenvolvimento.

Órgãos oficiais ou de representação nacional, medem as taxas inflacionárias através de índices e variações destes índices, sempre com base na apuração de custos que se relacionam a renda da população ou da produção. Estas práticas levam ao governo a estipular metas para a inflação com finalidade de manter o poder de compra do trabalhador e alcançar o desenvolvimento saudável da economia.

Enfim, mesmo com os controles praticados pelo governo a inflação é uma tendência, pois se estreita com a demanda, oferta e a velocidade de desenvolvimento econômico. O que se deseja é achar o ponto ideal para expansão de todos os setores e segmentos.

8 REFERÊNCIAS



BANCO CENTRAL. Índice. Disponível em; http://www.bcb.gov.br/htms/relinf/port/2007/06/ri200706inp.pdf Acesso em: 21 ago. 2007.

BRASILESCOLA. Inflação. Disponível em: http://www.brasilescola.com/economia/inflacao.htm Acesso em: ago. 2007.

COSTA, A. L. M. C. O que é inflação? Disponível em: http://antonioluizcosta.sites.uol.com.br/inflacao.htm Acesso em: 17 ago. 2007.

ESCUDERO,Camila; BARTIE, Elisa. Os índices que medem a inflação no Brasil. Disponível em: http://www.imesexplica.com.br/0412inflacao_indices.asp Acesso em: 10 ago. 2007.

INVESTSHOP. Aprendizado Dicionário. Disponível em: http://www.investshop.com.br/ajd/glossario.asp?letra=I Acesso em: 20 ago. 2007.

JORNAL DO COMÉRCIO. Índices. Porto Alegre. Jornal do Comércio. 21 ago. 2007. p. 34, Caderno Índices e Mercados.
LAVIOLA M.C. apud ESCUDERO,Camila; BARTIE, O que é a inflação, e como ela afeta o seu bolso. Disponível em: http://www.imesexplica.com.br/0412inflacao_abre.asp Acesso em 10 ago. 2007.

LIMA, Gerson. Fatores determinantes da inflação no Brasil. Disponível em: http://www.desempregozero.org.br/artigos/fatores_determinantes_da_inflacao_no_brasil.php Acesso em : 10 ago. 2007.

RIBEIRO. P. C. O que é inflação e tipos de inflação. Disponível em: http://www.ai.com.br/pessoal/indices/ Acesso em 17 ago. 2007.

Nenhum comentário:

Postar um comentário