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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Holismo: um novo horizonte

RESENHA
Holismo: um novo horizonte

Rogerio Carlos Petrini de Almeida1

Carlos Antonio Fragoso Guimarães, em seu artigo O Novo paradigma Ecológico-Holístico, relata diversas situações que permitem a compreensão do sentido do termo paradigma, sua evolução projetada em uma crescente cronologia, que remete a entendimentos mais contemporâneos como a percepção dos modelos através do holismo como princípios que afloram em nossa era.
O que vem a ser paradigma senão: modelo, na literalidade do significado do termo, porém outras conceituações são expostas e paradigma vem a ser “algo que serve como parâmetro de referencias para uma ciência; critério de verdade e de validação e reconhecimento nos meios onde é adotado”. Thomas Samuel Khun (1922-1996) utilizou paradigma como termo científico em 1962, e o autor do artigo interpreta o sentido idealizado por Khun, como “uma visão de realidade atrelada a uma estrutura teórica priorística [...]” exemplificando com o geocentrismo, cujo modelo de pensamento tinha a terra como o centro do universo, e, ao poucos, foi sendo substituído por novos paradigmas diante da evolução da ciência e do progresso nos processo de construção intelectual. A aceitação de modelos restritos não favorece a novos horizontes e restringem-se a regras básicas.
O autor postula que o poder econômico, puramente capitalista tem estimulado a determinação de paradigmas sociais: acumulo de riquezas, consumismo e produção. Referencia a mudanças provocadas pela Revolução Científica, no século XVII e Revolução Industrial, século XVIII, e remete a diversos paradigmas instituídos, que exaltaram a destruição da natureza em prol do benefício econômico e em nome da classe humana em ascensão.
A era tecnológica está propondo um novo tipo de consumismo, fornecendo novas formas de comportamentos e perpetuando a civilização industrial consumista, sem valores ecológicos. Os ditames das sociedades mais esclarecidas imprimem à divisão de tudo, a divisão social, a divisão do Mundo em países de primeiro, segundo e terceiro Mundo, numa visão do modelo mecanicista e atomista. O paradigma newtoniano-cartesiano se caracteriza pela concepção de mundo mecânica, determinista e material - o mundo seria um monte de peças que se conectam precisamente. A fragmentação na medicina estabelecida por paradigma mecanicista retalha a diversas áreas dificultando o entendimento do paciente e passa a tratá-lo como uma peça, fundamentando dessa forma o enraizamento deste modelo.
Guimarães coloca que o desagrado ao modelo mecanicista por diversos cientista do século XX deu vazão ao aparecimento do paradigma holista, que pode inserir o sentimento no contexto da pesquisa, ampliando a visão de observação. A construção de um modelo científico baseada no conceito de relação é mais amplo que o de análise. As partes constituintes de um corpo deixam de ser fundamental para sua análise, o todo (holos) e como se insere no ambiente passa a ter importância para sua compreensão. Qualquer característica que se apresentar além de todas as partes, passa a ser considerada. O holismo não descarta as características mecanicistas que se apresentam na natureza, percebe o universo como uma rede de interrelações dinâmicas, orgânicas. O autor coloca, ainda, em seu artigo alguns princípios fundamentais do holismo definido por Brian Swimme, Stanley Krippner, parte do artigo de Leonardo Boff e A Declaração de Veneza, de março de 1986, que manifesta a preocupação do determinismo mecanicista, no positivismo e no niilismo vazio, sobre a ameaças de destruição de nossa e de outras espécies.
O autor mostra aos leitores, uma visão dos paradigmas que influenciaram os comportamentos ao longo dos últimos séculos, a ecologia posta em plano insignificante pela busca de valores econômicos e o surgimento de um novo modelo de pensamento voltado ao todo. Finaliza o texto referenciando “A Declaração de Veneza” como documento de importância a ciências mais holísticas, mas ressentido pela ausência de análise sobre fatores econômicos e pela veiculação de informações manipuladas para as massas, em benefício do capitalismo. Pode-se afirmar que as dissertações sobre este assunto é de grande relevância, e, entender a visão holística, a influência de paradigmas que transformaram a humanidade causando grande impacto na preservação da vida no Mundo é abrir um portal para uma ecologia mais ampla e sólida.

REFERÊNCIA
GUIMARAES, Carlos Antonio Fragoso. O novo Paradigma Ecológico-Holístico. Disponível em:<HTTP://207.46.8.249/att/getAttachment.aspx?file=7223f280-e129-407d-ce8d339f8.. > Acesso em 22 mar. 2010


1 Aluno do Curso de Biblioteconomia – FABICO / UFRGS. Trabalho realizado como pré-requisito para avaliação da disciplina de Metodologia da Pesquisa Aplicada a Ciência da Informação (BIB03060), ministrada pela Professora Ana Dalla Zen. Porto Alegre, abril de 2010. E-mail: rogério_petrini@hotmail.com.


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